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Valentina Vitello

Enquanto eu prendia meu pulso com meu relógio, avistei minha amiga sentada no sofá, ela lia alguma coisa na revista e assim que me viu, abandonou o papel.

— Bom dia!

— Bom dia... — respondi, levantei uma de minhas sobrancelhas, suspeita. Jasmine estava bem feliz e radiante.

— Dormiu bem?

— Dormi sim. Mamãe já desceu?

— Não, ainda não...

— Entendi. Você já tomou café?

— Sim... — se levantou juntando os dedos das mãos.

— Só vou comer alguma coisa e te levo.

— Não há necessidade, eu mesma posso ir apé.

— Não adianta, vou levar você do mesmo jeito, não quero levar bronca da minha mãe. E além do mais, amo a sua companhia — ela sorriu e assim deixei a sala dizendo que logo voltaria. Escutei passei e parei de andar no meio do caminho, me virei e vi Isabella. Nosso primo e tio passarem pela porta logo em seguida. Quando os olhos esverdeados de Patrick se encontraram comigo tive de segurar um riso com suas palavras.

— Nem vem me dando bronca porque foi ela que insistiu em ir buscá-la.

— Comigo também — pediu, Edgar.

— Isabella Vitello, já fazendo vítimas, minha irmã? — brinquei e a menina riu.

— Com certeza...

— Pois eu vou levar essa chantagista para o quarto dela antes que caia morta no chão — disse meu primo.

— O que você disse, Patrick?

— Nada não, queridinha... — o homem a pegou no colo e assim subiram para o andar.

— Ainda estou perplexa que vocês saíram tão cedo para ir buscá-la... — cruzei meus braços me aproximando.

— Pressão psicológica é bem pior por ligação do que pessoalmente — disse meu tio, segurei o riso e vi meu primo retornar em pouco tempo.

— Ah! E nada de conversar com a adolescente da casa, o médico disse que ela precisa descansar, principalmente, a mente. — anunciou o homem tirando meu pensamento de ir falar com ela.

— Você falou para os meus pais que ela chegou?

— Óbvio.

— Bom, sendo assim, vamos Jasmine? — a mulher que até então só sorria, assentiu e pegou sua bolsa.

Nos despedimos e assim seguimos para a garagem, retirei meu carro e quando ela entrou, dei partida.

— Eu queria ir antes em uma farmácia.

— Por quê? — a questionei — Não está se sentindo bem?

— Não é que, eu preciso de alguns remédios. Tenho essa mania de sempre carregar.

— Ah... — olhei para a estrada à minha frente, às casas luxuosas passando dos dois lados preenchendo minha visão — Se você tivesse me falado mais cedo a gente pegava os que tem no armário da cozinha...

— É uma pena eu não ter falado, mas os que eu quero provavelmente não tem lá...

— Hum... — uma parte de mim dizia que ela estava mentindo, mas ignorei. Eu confiava em Jasmine — Tem uma que fica a quinze minutos. Passamos lá, então...

— Pode ser... — sorriu.

Estacionei e a esperei do lado de dentro, Jasmine não disse para acompanhá-la e não quis interferir, vai que eu acabasse atrapalhando... Enquanto ela  voltava, já com uma sacola em mãos que logo foi descartada enquanto ela colocava as caixinhas dentro da bolsa, pus minha jaqueta preta que combinava perfeitamente com minha blusa branca e calça escura. Jasmine estava totalmente diferente, seu vestido vermelho tinha o mesmo modelo que o verde, mostrava apenas o busto para cima e as mangas eram finas. Seu tênis alto, branco, a deixava com um ar juvenil junto com os cabelos soltos. Me senti a mãe de uma criança a olhando. Ri e a perguntei se estava tudo certo quando terminou de por o cinto de segurança.

A Verdadeira Felicidade | Livro IWhere stories live. Discover now