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Patrick Vitello

Olhando para a revista em minhas mãos, suspirei profundamente. Mesmo que eu não quisesse, minha mente não parava de pensar em dormir!

— Demoraremos muito, tio? — questionei ao homem sentado em um dos sofás do jatinho.

— Cerca de quinze minutos.

— Está apressadinho, filho? — questionou Edgar.

— Todos nós estamos, meu cunhado — disse Otto.

— Aproveita e dorme um pouco — recomendou meu pai — Está parecendo um zumbi. Pode estar olhando para o papel mas nem lendo de verdade você está.

— E por quê, zumbi? — sondei.

— É igual a eles, ficam andando mas nem vivos de verdade estão.

— Você está caçando um jeito de me irritar hoje, em! — bati com o folheto em seu ombro, ele estava a centímetros então nosso contato não foi nada difícil. O homem gargalhou mas parou assim que sou olhar bateu com o de Otto, meu tio sempre do meu lado, graças aos céus.

— Está bem! Não faço mais brincadeira nenhuma! — falou sacudindo suas mãos como forma de rendição. — Seus chatos — resmungou encolhendo-se no banco.

Ri internamente, papai tinha mais atitudes de um adolescente do que um homem. Não o julgo, eu também era assim.

Cansado de onde estava fui para os fundos onde encontrei uma porta, dentro dela vi um sofá pequeno no canto e uma cama de solteiro. Me sentei sobre ela e retirei meus sapatos com o calcanhar, me deitei de barriga pra cima, com a mão debaixo da minha cabeça e um dos meus pés sobre a cama. Meus pensamentos eram tantos que parei até um pouco para refletir... Rejeitando alguns, me lembrei subitamente de Jasmine. Ela era uma pessoa tão amável, e acho que não seria tão legal se ela fosse um dia da mansão, tudo voltaria a ser sem cores como antes. A forma como falava, seu perfume, sorriso, ela. Tudo isso a tornava única. Briguei comigo mesmo por não ter muitos momentos com ela, a companhia dela era doce.

Com minha cabeça um pouco dolorida fechei meus olhos, a fim de encontrar descanso, porém, o cochilo não durou muito tempo já que a voz insuportável do meu pai, fez questão de me acordar.

— Acorda bela adormecida, já chegamos.

— Eu dormi apenas por dez minutos, não tem o porquê de me chamar assim — resmunguei me sentando e calçando os sapatos.

— Não importa. Vamos.

Revirei meus olhos terminando de colocar a parte detrás. Saí do cômodo e pude vê os seguranças pegando nossas coisas. Apenas em Nova York era necessário que eles estivessem naquela época. Percy era bem tranquila à nosso respeito. Abotoando meu casaco, desci os degraus tendo a invasão dos raios solares em meus óculos. Otto e Edgar já dirigiram-se para à escada rolante. Os segui, e meu segurança que assim que se aproximou o cumprimentei, fez o mesmo atrás de mim. George era um homem alto, negro, forte e uma ótima pessoa. E claro, um bom amigo. Muitas das vezes foi ele que me buscou em baladas que acabava saindo quando adolescente. Um bom segredo, apenas nosso.

Depois de tantos lances e elevador, finalmente chegamos no saguão. Seguimos para a saída e logo o cheiro nova-iorquino inundou minhas narinas, sim para mim tudo tem um cheirinho especifico. Mau pomos nossos pés no meio fio e um dos nossos carros se aproximou. Me senti em um verdadeiro filme de ação.

Passando-se curtos minutos, Otto chamou a minha e a atenção de meu pai.

— O que vocês acham de nos encontramos primeiro com o amigo de Patrick, e assim, irmos para a reunião?

A Verdadeira Felicidade | Livro IWhere stories live. Discover now