Suspeitas

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Dedicado à: @MilySant, VivianeAmerico146, RaquelCassiane7


Valentina suspeitava de que o rapaz estava envolvido com o paradeiro incerto de Evandro. Contudo, nunca o confrontou diretamente. Theo, no entanto, tinha habilidade para influenciar as situações e descobrir as respostas que desejava e para fingir se preocupar com a família da esposa, em secreto, garantiu á mãe dela que ajudaria nas buscas. Valentina, inicialmente, não conseguiu abordar o assunto com ele, resultando em uma relação fria e distante. Ela sabia que, se o enfrentasse, iria enxergar a face dele que tanto detestava.

Tudo parecia ruir aos seus pés. Seus pais estavam separados. Suas amigas passaram a dedicar sua atenção aos amigos de Theo após passarem a frequentar a igreja.

Isso não quer dizer nada, pensava ela consigo mesma.

O coração de Valentina estava perturbado com tudo o que estava acontecendo. Ela imaginava que teria que enfrentar a vida sem uma solução para suas angústias. Desejava uma vida diferente, onde todos pudessem ser felizes. No entanto, ao relembrar como tudo começou, ela não conseguia evitar as lágrimas. Queria acreditar que tudo não passou de um sonho.

Para seu espanto e horror, percebeu que estava apaixonada por Theo, mas a indiferença dele a feriu profundamente.

Há semanas que não dormiam na mesma cama e sempre o via chegar tarde com a roupa toda amarrotada e ir direto para o quarto onde foi proibida de entrar.

Devia estar com amantes, sua mente acusava. Diante desse quadro, ela concluiu que, ele já conseguiu o que queria dela e por isso, não precisava fingir mais.

E havia aquele infeliz contrato no meio de tudo. Se não fosse por ele, ela não estaria vivendo essa vida abalada. O luxo pareceu tão vazio naquela opulenta mansão. Ela não entendia por que estava tão sensível com tudo aquilo. Theo era orgulhoso, é claro, e ela realmente pensou que ele estivesse apaixonado. No entanto, a frieza em seus olhos a fazia engolir em seco toda vez que se esbarravam.

Ele era o primeiro homem por quem realmente nutriu sentimentos. Logo, seu algoz.

Seria síndrome de Estocolmo? Ou masoquista?

Ela estava agoniada. Ultimamente, ficou sensível, mas algumas vezes, desejava socar a cara de Theo até ele dizer: Chega.

Aquele silêncio entre eles arrastou-se por vários e vários dias. Mas nada mudava quando ela queria sair, sempre ele colocava seguranças atrás dela. Sempre a vigiava e ficava louco quando outros caras a cantavam. Secretamente, Theo cuidou deles, disfarçando o ataque em assalto. Só um olho roxo não bastava. Os dentes também eram necessários nesse processo.

Por outro lado, Theo olhava o calendário com impaciência. Vinte dias sem uma conversa significativa, mal falavam "oi" um com outro e ele sabia o motivo disso. Já havia cuidado do rato traidor do setor financeiro: uma justa causa. Mas isso, não o acalmou. Ele pensou que pelo menos esse acontecimento iria trazer alguma satisfação pessoal, mas tudo o que sua mente traidora fazia era arrastá-lo novamente para a esposa.

Mas que raios! Ele a salvou de um tio psicopata e não se arrependia disso.

Mais uma noite ele passou trancado em seu escritório, apenas para evitar chegar em casa e perder o controle.

Isso era o que se esperava de um casamento por conveniência, ele pensou, frustrado por estar vivendo algo que nunca tinha enfrentado antes.

Com o tempo, ele começou a sentir repulsa ao ver a esposa chorar, algo que antes apreciava. Essa mudança em seu sentimento o deixou desconfortável e com a sensação de fraqueza, uma característica que não lhe agradava. Além disso, nunca havia experimentado abstinência antes, o que intensificava ainda mais a sua agonia.

Rendido ao amor ✓ (VERSÃO NOVA)Where stories live. Discover now