Latente

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Dedicado à: PriscilaWathier8, ThaySantos05, MarianaVictria, BispoDanny, crma0607, nick_ct, @__Kiu__, Aquisinha, NathaliaLohaini, redheadss, rosy_nascimento

— De novo, não. — Suspirou Valentina, batendo a própria testa no livro aberto na mesa. Olhar para aquelas palavras em outro idioma estava corroendo seu cérebro. Algumas frases ela já tinha aprendido, mas revisar o conteúdo da aula da noite passada estava sendo complicado.

— Muito difícil? — A voz grossa a fez saltar de susto na cadeira. — Desculpe, não queria te assustar.

— Admite que você gosta de me assustar. — Rebateu, semicerrando os olhos para o rapaz que prendia o riso. — Temos alguma reunião, Guilherme?

O rapaz entrou na sala com as mãos dentro do bolso da calça. Olhou ao redor do ambiente, aspirando a fragrância floral que a colega usava. O perfume estava impregnado naquele cômodo mesmo com a porta aberta e a corrente de ar passando a todo momento. Ele tirou uma das mãos do bolso e passou no cabelo bem penteado, exibindo a tatuagem que tinha em cada dedo da mão.

— Sim. Mas vai ser bem rápido e o Pedro está atacado hoje, entende?

Valentina o observa por alguns instantes até que fecha o livro e se levanta do lugar. Nos seis meses que começou a trabalhar ali, ela e Guilherme se tornaram amigos. Estranhamente, perto dele, ela sentia-se segura, apesar de não abrigar nenhum outro tipo de sentimento por ele.

— Ainda acho que você se parece com o capitão gancho do Once Upon a Time.

— De novo com isso? Desde que assistiu essa porcaria vive me comparando á esse cara.

— Nunca assistiu a série? — Ela parou na porta, franzindo a testa pra ele. — Você é praticamente o clone dele.

— Não tenho tempo para assistir essas coisas. — Deu de ombros. — Mas ele morre?

— É...mais ou menos. Ele se sacrificou pelo bem dos outros, principalmente por sua amada. — Responde apertando o botão do elevador assim que saíram do escritório. — Mas ele volta depois.

— Hum...

Assim que entraram no elevador, Valentina nota que ele ficou pensativo, de repente. Com os pensamentos longe dali.

— Você está bem?

— Estou.

— Parece perdido. — Ela aperta o botão que levaria ao andar desejado.

— Conhece um tal de Miguel?

Valentina estremece ao escutar esse nome.

— Conheço alguns. Por que?

— Está tensa. — Observou ele de soslaio. — Mais cedo veio um cara querendo falar com você, mas você não tinha chegado. Ele pediu que você o encontrasse hoje ás cinco horas no restaurante Homero.

— Como ele era?

— Tinha olhos exóticos, tipo...cor âmbar. E um ar misterioso.

Valentina engoliu em seco.

Rendido ao amor ✓ (VERSÃO NOVA)Where stories live. Discover now