Tenha cuidado com a tristeza. É um vício.
Gustave Flaubert
Theo, que havia imobilizado o freio de mão, interrompeu o movimento abruptamente, seus olhos se arregalaram.
O que um menino daquela idade estaria fazendo naquele recanto deserto àquela hora noturna?
Seus olhos perscrutaram ao redor, desconfiado de que talvez um grupo de moleques estivesse à espreita, planejando uma possível abordagem. Respirou fundo e observou o garoto se aproximando da janela fechada ao seu lado, notando alguns arranhões que sulcavam as bochechas pálidas.
Evidentemente, o garoto estava suportando o frio, vestindo apenas uma blusa fina e calças jeans surrada. Por um instante, Theo teve uma espécie de lampejo de sua própria infância, e a expressão de temor nos olhos do pequeno lhe causou intriga. Com uma lentidão calculada, Theo rebaixou o vidro do carro, observando os lábios trêmulos do garoto, afetados pela aragem gélida.
— O que você faz aqui, sozinho, a essa hora? — indagou, manifestando sua curiosidade.
— Por favor, senhor, não faça isso — o garoto respondeu, mantendo a firmeza em sua voz.
— Não fazer o quê?
A garganta dele fez um leve movimento ao engolir a saliva presa.
— Consegui chegar a tempo. — declarou, sorrindo.
A testa de Theo franziu-se, pois não conseguia compreender o significado dessas palavras.
— A tempo de quê? — indagou, em estado de alerta.
O garoto, então, desviou o olhar para o céu noturno por um instante antes de soltar um suspiro profundo e recobrar sua atenção, fixando seus olhos azuis diretamente nos de Theo.
— Seu pai quer transmitir uma mensagem.
Essas palavras arrepiaram a espinha de Theo. Como o garoto poderia saber algo sobre seu pai?
E como era possível um morto transmitir alguma mensagem?
— Eu nem te conheço. É melhor voltar para a casa. — protestou Theo, seu nível de desconfiança crescendo a cada segundo.
O garoto sorriu de maneira enigmática.
— Me chamo Paulo. Vim de longe, nunca estive nesta área antes — explicou, cruzando os braços enquanto se encolhia um pouco devido ao frio.
— Consegue acreditar que, antes de anoitecer, ele colocou vagalumes no meu caminho? — acrescentou, com um toque de fascínio na voz. — Foi a primeira vez que vi vagalumes.
Theo permaneceu intrigado, tentando entender a conexão entre vagalumes e a mensagem misteriosa que o garoto mencionara.
— Ele não quer que você tire a própria vida — disse Paulo, olhando diretamente nos olhos de Theo.
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Rendido ao amor ✓ (VERSÃO NOVA)
SpiritualTheo Maldonaro é um belo CEO e bilionário conhecido, mas nunca conheceu o amor. Isso porque seu passado sempre foi cheio de traumas, tornando-o frio, cruel e implacável. Quando ele descobre a traição do diretor financeiro mais confiável da empresa...