92 - dom.

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"Vem dançar como nos filmes
Onde tem aqueles bailes finos"

Corri o mais rápido que podia para fugir, assim como havia corrido no dia em que cacei com Jasper

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Corri o mais rápido que podia para fugir, assim como havia corrido no dia em que cacei com Jasper. Mas não havia o fascínio da descoberta sobre minha nova vida igual aquele dia, agora havia apenas o horror com o monstro que eu era.

Parecia que voar bem acima do solo me fazia lidar com a dor de um modo ligeiramente melhor, transformando tudo à minha volta em um grande borrão verde.

A corrida não era longa, mas foi o tempo necessário para eu me recompor. Pelo visto eu não podia confiar em nada no que dizia respeito a meus instintos, só porque eu me sentia confiante em manter o autocontrole sob um aspecto, não significava que eu tinha qualquer outra coisa sob controle.

Meus nervos estavam à flor da pele, tensos como cordas de piano, prestes a soar diante de qualquer pressão. Meus sentidos estavam em alerta, eu examinava cada som, cada cena, cada corrente de ar que tocava minha pele.

Minha mente repassava cenas do que eu havia acabado de fazer, imagens que eu gostaria de esquecer. Especialmente naquele momento, em que o desejo de matar era muito mais forte do que qualquer compulsão por caçar que eu já tivesse sentido. Desde que eu havia sido transformada, em nenhum momento eu tive um lapso de raiva e impulso tão forte quanto o de alguns minutos atrás.

Apenas parei quando achei um pequeno barraco de madeira todo destruído no meio da floresta. Seu telhado estava metade caído e apenas uma parede ainda tinha todas as madeiras completas. Me perguntei se algum dia já havia sido morada de alguém, pois não havia resquícios de móveis ou algum tipo de instalação.

Me sentei no chão abraçando minhas pernas. Respirei fundo, e o aroma era um fogo que corria pelas minhas veias ressecadas, queimando meu peito e consumindo cada ação impulsiva que eu era capaz de cometer.

Até aquele momento, eu nunca tinha ficado insegura em relação à minha nova vida. Eu estava indo bem, estava orgulhosa de mim mesma por não ter me tornado aquelas histórias de vampiros recém-nascidos sanguinários que eu havia ouvido falar inúmeras vezes.

Não tinha nada para eu contar o tempo. Eu não me cansava e nem nada do tipo. Eu não havia mais pais me esperando com um horário marcado em casa, ou até mesmo para me dar uma bronca caso chegasse atrasada.

Por que essa me parecia uma vida tão distante? Eu queria chorar com esse pensamento, mas não conseguia. Não saía mais nenhuma lágrima de mim, mesmo eu sabendo que meus sentimentos estavam inundados de aflição por dentro.

Não havia me dado conta de quanto tempo havia ficado ali sozinha até que o céu foi anoitecendo e algumas gotas de garoa caíram sobre o meu cabelo.

Virei meu rosto para o céu, esperando que aquelas míseras gotas de água pudessem lavar tudo o que eu estava sentindo, e por um momento pude achar que havia conseguido quando uma onda de bem-estar pairou sobre mim, mas logo junto à isso o cheiro de Jasper inundou minhas narinas, mas dessa vez eu estava tão feliz por vê-lo.

We'll be the stars • Jasper Hale • [Concluída]Where stories live. Discover now