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— Annie, você tá bem? — perguntou Michael para Emilia.

— Esse não é o meu nome.

Michael gesticulou com a mão em sua direção.

— Como isso é possível? — Yuri quis saber, cruzando os braços sobre o peito. — Pensei que você estivesse morto há quase 10 anos.

— Eu estava, agora me chamo Sebastião da Silva Almeida, moro na cidade de São Luiz em Roraima, passei esses 9 anos escondidos lá e levando uma vida pacata e normal.

— Isso significa que o Elvis também está vivo? — Junior perguntou.

— Sim, ele mora no Ceará, passamos o ano novo em Noronha juntos, inclusive foi ele quem me deu essa ideia de fingir a minha morte... Ele é um homem sábio... Ou era.

— Ele morreu? — meu cunhado quase gritou, se bem me lembro ele era um grande fã.

— Não, só foi diagnosticado com demência... A idade chega para todos.

Não sei porque todo esse choque do Junior, até 3 segundos atrás nem sabia que o homem tava vivo e agora quase chorou por causa da morte de alguém que já estava morto.

— O que você está fazendo aqui? — perguntei.

— Os militares me encontraram e queriam que eu fizesse um show pró ditadura, mas eu me neguei, então eles me jogaram aqui. Os ratos já estavam roendo minha perna quando os ouvi. De onde vocês saíram?

— Então Michael... Você quer se juntar a gente? — perguntei estendendo minha mão.

— Aú!!!!!

A militanteWhere stories live. Discover now