A militante

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Quem me dera...

Chegamos em segurança no morro do Alemão. O funk tava tocando alto, o Renan fazia hi-5 com todos os bandidos e eu estava confusa. Paramos em frente uma casa abandonada e descemos, vários bandidos estavam ali fazendo a guarda.

- Eai, chefia - um cumprimentou o Renan. O QUE?

Eu to rindo.

Gargalhando.

Berrando.

Mano o que?

To entendendo é nada.

- Viado, tu é traficante? - gritei atraindo a atenção de todos.

- Vamos conversar lá dentro - pôs a mão no fim das minhas costas me levando pra dentro.

Agora que eu fico careca.

Ele se sentou em uma cadeira e indicou para que eu me sentasse na sua frente.

- Seu pai sabe?

- É claro que não. Isso é um dos motivos pelo o qual eu quero ajudar vocês. Precisamos desmascarar meu pai, não posso cuidar de um morro inteiro escondido. E quando houver invasão?

Fiquei em silêncio cutucando a unha. Não tinha mais como desconfiar dele. O cara é chefe do morro, viado. Minha calcinha ta molhada.

- Por que vocês discutiram?

- Porque eu disse que não é justo mulheres receberem menos...

Sorri o olhando. Era tesão ou paixão?

Tesão.

A gente transou muito em cima da mesa dele.