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Nada mais era do que uma tática que meu falecido pai me ensinara.

Sempre esperam que ataquemos pela madrugada, mas soldados dormem com suas armas ao lado da cama, já acordarão com adrenalina em seus corpos na hora do ataque e tudo faz mais barulho quando há silêncio extremo.

Pela manhã, todos estão lentos, cansados, e qualquer barulho é justificavel já que as pessoas estão acordando e começando seus dias.

Meu pai não matava pessoas e nem nada, ele usava essa tática pra me assustar vestido de palhaço quando trabalha a no circo.

Saudades dele.

Do circo.

Será que algum dia voltaremos a pagar 5 reais em um copo de dolly que juraram ser coca-cola? Tomara que não.

O grupo se dispersou, cada um com suas funções e problemas, e eu me aproximei de Yuri, que me deu as costas começando a se afastar.

— Ei —  chamei, mas nem isso o fez parar. Corri atrás dele e parei em sua frente, pondo a mão no seu peito para o impedir de prosseguir. — O que está acontecendo? — Yuri suspirou irritado.

— Preciso ficar sozinho, S/n.

— Okay, eu vou com você.

— Eu preciso ficar sem você — ele soou ríspido.

O encarei franzindo a sobrancelha logo soltando uma risada abismada.

— Vai se foder — me virei para voltar até onde o pessoal estava.

— Perdão?

— Não! — me virei de volta para ele. — Vai. Se. Foder — espetei seu peito com meu dedo indicador a cada palavra.

— Eu já deveria estar vendo essa sua atitude de vadia vindo à tona a qualquer momento.

— Vai se foder, Yuri. Mas que porra?! O que eu fiz de errado? Se tem alguém agindo como putinha aqui é você.

— O que você fez? Posso listar se você quiser.

— Isso eu vou pagar pra ver — ouvi uma  voz e percebi que era Junior, as pessoas se uniram ao nosso redor para assistir a discussão.

O encarei em desafio, meu queixo erguido, minha consciência estava limpa.

— Você nos tirou de um lugar seguro...

— Não é segurança se estamos me escondendo de um governo que nem deveria estar no comando, deveriamos estar lutando.

— Não me interrompe, porra — gritou. — Você nos tirou de um lugar seguro para sairmos em uma missão suicída para salvar o seu ex que nem merece ser salvo.

— Não fala assim — as lágrimas pinicaram em meus olhos, ninguém conhecia Renan como eu.

— E ainda sou obrigado a assistir você de chamego com esse... fulaninho — apontou para Mayã.

— Você está vendo coisa onde não tem — defendi.

— Estou, S/n? Estou mesmo?

Permaneci em silêncio. Estava realmente rolando algo entre Mayã e eu, mas Renan era só mais uma vitima.

Abri minha boca para o responder, mas um projétil cortou o ar entre nós no mesmo instante.

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⏰ Last updated: Feb 14, 2023 ⏰

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A militanteWhere stories live. Discover now