A militante

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Atrás da casa passava um córrego. Com certeza essa casa foi comprada com o auxílio moradia.

Me sentei na grama observando o córrego.

Alcancei meu celular no bolso e liguei para Yuri, contando tudo o que havia acontecido. Ele me consolou enquanto eu chorava silenciosamente pela primeira vez em horas. Quando desliguei após trocarmos "te amo", eu ouvi um pigarro atrás de mim. Me virei me deparando com Renan de pé atrás de mim com as mãos no bolso.

- Hey - sorri sem mostrar os dentes e ele se sentou do meu lado.

- Perdoa o meu pai - neguei com a cabeça voltando a olhar pra frente. Renan suspirou. - Você e Yuri estão juntos?

- Nós só estamos ficando... Ta com ciúmes? - o empurrei pelo ombro. Renan riu baixo e coçou a nuca.

- Eu ouvi você dizendo que o ama.

- E eu amo... Ele é meu melhor amigo.

- E eu?

Suspirei olhando pro céu. Estava nublado mas ainda tinha alguns raios de sol.

- Você é alguém que estou sendo forçada a casar. E se for assim, que seja o mais rápido possível pra que possamos sair logo da casa do seu pai.

- Não sente nada por mim?

- Carinho - e um pouco de tesão ainda. - Nos conhecemos há menos de um mês, Renan, não pode exigir muito de mim.

- Mas eu te...

- Não termina, por favor.

- Eu ia dizer que te paguei pastel e caldo de cana.

Ah.

- Você se tornou meu amigo, Renan. E se você quiser ser um amigo colorido meu, eu não vejo problema nisso.

- Eu quero um relacionamento com você.

- Ótimo, um relacionamento aberto, sempre quis estar em um.

- Eu quero você só pra mim - ele segurou em minha mão. - Já pedi você em casamento uma vez, posso pedir outra.

Acariciei seu rosto, o vendo fechar os olhos.

- Querida, você está louca.