No dia seguinte à noite, eu estava no meu quarto terminando de me arrumar para o festival da capital.
Eu vestia um short jeans azul escuro bem apertado, deixando minha bunda bem marcada, coloquei uma camisa rosa com a estampada amarrada, deixando um pouco a mostra minha barriga.
Calcei minhas botas de cano alto que eu havia comprado recentemente, passei um batom rosa nos lábios, usei uma maquiagem leve no rosto, e passei um pouco de perfume no pescoço, por último, coloquei meu chapéu de cowgirl rosa na cabeça.
Não estava totalmente animada para sair de casa, falei até para meus pais que não queria mais comparecer no festival, mas eles insistiram para eu ir, porque queriam aproveitar este momento em família.
Mas eu não tinha nada para aproveitar, ainda estava muito chateada pelo o que Simone havia dito ontem, e bastante triste também.
A única coisa que eu pretendia fazer era ficar deitada na cama enquanto tomava o sorvete horroroso da minha mãe — já que ela não sabia fazer sorvete bom — e assistindo a filmes clichês do gênero romance.
Porém eu não tinha escolha, então sai do meu quarto descendo as escadas, assim que coloquei os pés no último degrau, ergui minha cabeça vendo que todos já estavam na sala.
Minha mãe estava ajeitando a gola do meu pai, meu irmão estava passando a mão no cabelo, e Creusa estava passando um gloss brilhoso rosa nos lábios.
— Ué, cadê a Joana? — Perguntei confusa, me aproximando deles.
Senti o cheiro forte do perfume de cada um.
Esse pessoal do interior parecia que tomava banho de perfume.
— Ela disse que não estava se sentindo muito bem, então pediu que a gente fosse aproveitar o festival sem ela, e disse também que não era preciso se preocupar.— Minha mãe respondeu terminando de ajeitar a gola do meu pai.
— Mas como não vou me preocupar? — Indaguei retoricamente. — Ela está bem? Está doente?
— Ela disse que só é uma dor de cabeça que logo vai passar. — Creusa respondeu.
— Hum... Não sei não. — Cruzei os braços. — Acho melhor eu ficar aqui com ela. — Pronunciei esperançosa para deixarem eu ficar.
— O seu João se disponibilizou para cuidar dela enquanto nós estivermos ausentes. — Minha mãe pronunciou vindo até a mim.
Bufei frustrada deixando bem nítido meu nível de raiva por ter que sair de casa.
— Eu queria ficar em casa... — Comentei manhosa, olhando para ela com cara de cachorro triste, talvez assim ela sinta pena de mim.
— Só vamos passear um pouco filha, não vamos nem ficar tanto tempo assim. — Disse dando um beijo no topo da minha cabeça. — Vamos?
— Tá, vamos! — Proferi rolando os olhos.
Já que eu não tinha escolhas, era melhor eu ir porque se fôssemos logo, mais cedo eu ia chegar em casa.
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