NO CAPÍTULO ANTERIOR DE MINHAS FÉRIAS NA FAZENDA:
— Às minhas férias na fazenda terminaram, Simone! — Avisei vendo ela ficar perplexa. — Eu vou voltar para a cidade.
Simone se afastou de mim, olhando para baixo, e quando voltou a olhar para mim, seus olhos estavam marejados.
Eu não queria isso, mas não pude fazer nada. Eu precisava voltar, não ia ter outro jeito, e Simone precisava entender isso.
FIQUE AGORA COM O CAPÍTULO DE HOJE:
— Como assim voltar para a cidade? — Simone perguntou incrédula vindo até a mim. — O seu lugar é aqui, Soraya!
— Não, Simone! O meu lugar é na cidade, eu preciso concluir a faculdade para mudar de vida.
— Por que não me avisou que ia voltar? Por que só disse isso agora? — Havia alteração em sua voz.
— Porque foi justamente só agora que eu lembrei que tinha que voltar! — Respondi na mesma intensidade. — Simone, antes de te conhecer eu já era uma menina da cidade, e você sabe disso.
— Eu sei, Soraya! Mas eu não pensei que você pudesse voltar algum dia para lá, pensei que você nunca iria voltar porque aqui é o seu lugar, é aqui onde você cresceu, é aqui que está a sua família, a sua Estrela, e eu.
As palavras de Simone doíam tanto, me fazia querer chorar, mas eu não podia chorar, porque eu estaria sendo sensível demais.
— Me desculpa, Simone! Mas aqui nunca foi o meu lugar, e nunca será. — Falei melancólica, abaixando a cabeça.
Dei as costas para ela saindo dali.
— Soraya! Volta aqui! — Pediu vindo atrás de mim.
Não dei ouvidos a ela e comecei a caminhar até minha fazenda, enquanto Simone me pedia para parar a cada segundo.
Estava sendo muito difícil para mim, eu iria passar muito tempo sem ver ela, e isso me doía tanto porque eu gostava muito dela e ia sentir muita saudade.
Simone com toda certeza não iria deixar sua fazenda para morar comigo na cidade, e eu jamais largaria a faculdade para ficar com ela. Então era muito complicado.
Assim que cheguei na fazenda, entrei dentro da minha casa, e Simone veio atrás de mim, ela havia me seguido.
— Por favor, Simone. Não torne isso mais doloroso do que já está. — Falei olhando para ela.
— Por que você não fica aqui? Deixa de lado a faculdade e vem morar aqui, vai ser melhor para você, aqui tem várias oportunidades de você trabalhar. — Propôs embolando as palavras.
— Simone, eu não posso fazer isso! Meu sonho é ser professora, é ensinar. E eu só posso fazer isso se estiver com minha faculdade concluída.
— Então você vai embora mesmo? — Perguntou relutância, com os olhos marejados.
— Eu preciso! — Afirmei sentindo meu coração ser despedaçado. — Tenho que verificar se minha mala está pronta. — Avisei indo até às escadas.
— Você volta quando? — Perguntou indo até a mim.
— Nas próximas férias, que será em dezembro. — Respondi subindo as escadas, Simone acompanhou meus passos.
— Então você vem passar o Natal aqui? — Perguntou esperançosa.
— Sim! E o ano novo também. — Respondi suavemente, sorrindo de leve.
