Pov Soraya:
1 mês depois...
Era imaginável que minha vida tomaria um rumo diferente em apenas um mês. Tomei a liberdade de vim morar novamente na fazenda dos meus pais, larguei a faculdade e meus estudos para ficar aqui de vez.
Agora tenho um emprego, trabalho em uma escola que foi construída pelos funcionários de meu pai, sou professora de alfabetização, e ensino as crianças da comunidade.
Meus pais acharam isso uma ótima ideia, e ficaram do meu lado. Principalmente Simone, que me apoiou desde sempre.
Eu estava agora na escolinha ensinando as crianças a separarem as sílabas. Elas estavam bem comportadas e sentadas em seus cantos prestando bastante atenção em tudo que eu explicava.
— Então se separarmos a palavra amor, vamos ter quantas sílabas? — Perguntei ficando na frente da turma.
— Duas, professora! — Respondeu Agatha. Uma menininha dos cabelos crespos.
— Muito bem. E como damos o nome dessas duas sílabas separadas? — Perguntei novamente não só para ela, mas para quem respondesse.
— Dissilaba, professora! — Respondeu dessa vez o Daniel. Um menino de óculos com cabelos escuros.
— Correto! — Afirmei voltando para o quadro negro. Logo comecei a escrever com o giz branco. — Com relação ao número de sílabas, as palavras podem ser classificadas em monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas. — Expliquei anotando tudo no quadro.
Enquanto eu escrevia, meus alunos copiaram tudinho em seus cadernos, deixando a sala em um completo silêncio.
Por isso eu gostava deles e de ensinar a eles, pois todos ali estavam realmente para aprender e queria aprender cada vez mais, então o interesse deles em querer saber de tudo me fazia ganhar ainda mais coragem para ensiná-los.
Logo quando eu terminei de escrever, eles haviam acabado deixando os lápis ao lado dos cadernos, e eu fiquei impressionada com a rapidez que eles tinham.
— Olá, turminha. Bom dia! — Olhei para a porta vendo meu amigo Tom entrando dentro da sala com uma bola de futebol.
Tom também trabalhava comigo, ele era professor de educação física, e ensinava os alunos em um campo perto da escola, onde meu pai também mandou construir para as crianças terem uma diversão além do parque que tinha na frente da escola.
— Bom dia, professor Tom! — Todas as crianças falaram em um uníssono, fazendo eu quase tampar meus ouvidos devido ao som agudo que se formou na sala.
— Prontos para educação física? — Tom perguntou a eles enquanto se aproximava de mim.
— SIMMM! — Responderam novamente em uníssono com bastante entusiasmo.
Era a aula preferida deles, eu tinha certeza.
— Só vão para a educação física depois que tenham terminado de escrever o que tem no quadro. — Falei colocando as mãos na cintura. — Todos já terminaram?
— SIM, PROFESSORA SORAYA! — Gritaram simultaneamente, me deixando quase surda.
— Ok, então guardem seus materiais, e não se esqueçam que amanhã tem prova. — Avisei me fingindo de séria para eles não esquecerem.
Meus alunos assentiram enquanto guardavam seus materiais na mochila, fiquei apenas observando eles com um sorriso estampado no rosto, estava muito orgulhosa de mim em poder ensinar eles com muito prazer.
