Capítulo 2

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Acordar com o barulho insuportável do despertador era tão ruim quanto acordar com ressaca, e no caso, eu estava sendo presenteada pelos dois. Desliguei o bendito alarme quase derrubando o relógio da mesinha de cabeceira - porque sim, eu era o tipo de pessoa que possuía um relógio analógico do tempo da minha avó simplesmente porque eu achava bonito – e percebi que a Holly já tinha se levantado por algum milagre. Levantei-me praguejando a pessoa que inventou essa coisa de ter que acordar cedo para trabalhar e me enfiei debaixo do chuveiro, quando eu já estava planejando todo o meu dia mentalmente uma mulher invadiu o banheiro.

- Bom dia, flor do dia. – Ela falou animada.

- Você sabe que eu não consigo dar bom dia pra ninguém antes das 9 horas da manhã. – Resmunguei.

- Eu sei, mas você vai ter que me dar bom dia nesse dia em especial porque euzinha tenho a solução para o seu problema.

- Qual problema? Que solução? – Enrolei-me em uma toalha e voltei para o quarto com a Holly no meu encalço. Ela já estava toda arrumada e provavelmente já tinha feito o café da manhã, enquanto eu corria para fazer as coisas até a minha ficha cair que ainda era cedo e eu não estava atrasada.

- O seu problema com o acompanhante. – A morena sorriu e a minha dor de cabeça ficou ainda mais forte quando me lembrei desse imprevisto.

- E qual seria? – Fiz uma careta porque eu sabia que lá vinha alguma ideia provavelmente insana da minha melhor amiga.

- Então... – Ela começou. – Acordei cedo demais hoje e comecei a pensar em todas as possibilidades de homens que poderiam ir com você, talvez contratar alguém ou em último caso chamar o Patrick...

Soltei uma gargalhada interrompendo-a enquanto deslizava a meia calça pelas minhas pernas. – Vamos, corte esse papo furado, eu não vou contratar ninguém e muito menos chamar o Pat, porque você sabe, ele é gay, é bem óbvio.

- Sim, eu sei e já descartei essas opções, porém encontrei uma perfeita. Só te peço que não surte.

- Desembucha logo. – Falei impaciente.

- O Nate. – Ela falou o nome como se fosse a cura para o câncer.

- Você está de sacanagem? – Sorri, só podia ser uma pegadinha dela. - Não, você não pode estar falando sério.

- É claro que eu estou falando sério! – Holly respondeu e eu me surpreendi com tanta seriedade. – Pensa, Ashley, ele também vai no casamento, ele é o melhor amigo do seu irmão, já conhece toda a sua família, é perfeito.

- Não! Eu não vou no casamento do meu irmão fingindo que eu sou a namorada de, nada mais nada menos, que o melhor amigo dele, isso é loucura. – Levantei o tom da minha voz e logo abaixei quando vi que a testa dela estava franzida. Terminei de me vestir e me sentei na beirada da cama para colocar os sapatos.

- Ash, você mesmo disse que seria uma surpresa, você pode falar que começaram a se encontrar tem pouco tempo e que ainda não era certo, mas estão juntos agora. E se ele é o melhor amigo do seu irmão provavelmente é padrinho também, mais um motivo para você não ter que entrar com o Mark na igreja. – Ela falou com toda a calma do mundo como se eu fosse uma criança que não queria ir ao dentista.

- Matt. – Corrigi a sua pequena gafe.

- Não sou obrigada a gravar nome de nenhum babaca.

- Justo. Mas, vou te lembrar de três coisas que precisam ser consideradas. Primeiro... – Levantei um dedo para ela. – Nós nos odiamos, seria bizarro começarmos a nos amar do nada por alguma força do destino. Segundo... – Levantei o segundo dedo. – Nunca que ele ia aceitar fazer alguma coisa dessa, ainda mais pra me ajudar. E terceiro e último... – Levantei o terceiro dedo. - Já está em cima da hora, que merda que eu fui me enfiar.

Very Well AccompaniedOnde as histórias ganham vida. Descobre agora