Capítulo 12

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Encarei o meu próprio reflexo no espelho da penteadeira. Desejei silenciosamente que a Holly estivesse ali, pois ela saberia exatamente que tipo de maquiagem fazer que combinasse perfeitamente com o vestido jogado em cima da cama. Nate já tinha se arrumado e descido para comer alguma coisa antes de sair, enquanto eu continuava ali enrolada em um roupão apenas de calcinha esperando que um milagre acontecesse e a inspiração viesse para eu terminar de arrumar.

O milagre veio, por fim. Meu celular vibrava em cima da madeira da penteadeira e a foto de Holly sorrindo alegremente apareceu.

- Oh vadia, esperei o dia inteiro pela sua ligação. – foi a forma que atendi.

- Meu amor, alguém aqui precisa trabalhar, né!? – resmungou e escutei o som de buzinas, o que significava que estava na rua indo para casa depois do serviço. – O escritório tá um caos. Deus, eu desisto de ser advogada de gente rica.

- Falou a que não é nem um pouco consumista.

- Me deixa reclamar em paz, Ash. – gritou e eu ri.

- Ok, ok.

- E como tá o clima na Califórnia? – perguntou enquanto parecia andar entre as pessoas.

- Sol todo dia, você sabe...

- Não digo esse tipo de clima, bobinha. Espero que a essa altura você já tenha saído da seca.

- Oh, muito obrigada por se preocupar com a minha vida sexual. – revirei os olhos enquanto ela ria do outro lado gritando por um táxi.

- Vamos, me conte o que é tão urgente a ponto de eu ter que te ligar.

- O Nate tá me deixando louca. Tá tudo me deixando louca, temos uma puta atração, mas eu não sei se vou saber lidar com isso, sabe? – confessei logo de uma vez.

- Sei não. – respondeu fazendo pouco caso.

- Caramba, Holly! Eu preciso que você me ajude. – pedi desesperada. – Você sempre me ajuda.

- Você tá gostando dele? – perguntou com a voz séria e respondi imediatamente.

- Não. – então hesitei, eu teria que ser sincera pelo menos agora. - Quer dizer... Eu tô com medo de que algum tipo de sentimento apareça nessa brincadeira de ficar se pegando por aí, inclusive a gente quase se comeu na festinha de lingerie da minha cunhada.

- Gosto disso, continue.

- Eu tô falando sério, criatura!

- Então faça sexo com o homem, se é isso que você quer. Vocês deviam mesmo aproveitar as oportunidades, por Deus. – eu podia jurar que ela estava gesticulando igual louca enquanto falava.

- Mas eu tenho medo de levar isso a sério, cacete. Eu sei que ele é cafajeste de primeira linha que só quer isso mesmo, aproveitar as oportunidades. Não é assim comigo. – disse e ela assobiou para um táxi que pareceu parar, houve um silêncio por um instante.

- Então pare de se preocupar consigo mesma e cai pra dentro, Ashley. Vai ser bom para os dois. Se ele gosta de ser casual, seja também. Simples. – ouvi sua respiração cansada, talvez aliviada por finalmente estar dentro de um táxi. – Você tem essa capacidade de fazer tempestade num copo d'água.

- Sentimentos são uma tempestade em um copo d'água, Holly. – suspirei.

- Mas não é qualquer sentimento, né!? É a paixão, e se você tá desse jeito é porque tá se apaixonando.

- Tudo bem, sem filosofias agora. E eu preciso me arrumar pra ir a uma boate hoje, amo como vocês conseguem me arrastar pra lugares assim na quarta e na quinta.

Very Well AccompaniedWhere stories live. Discover now