Capítulo 6

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O final da noite se resumiu em comida, bate-papo e War, já que não tinha muito que se fazer em um domingo à noite. O curioso foi que eu ansiava a hora em que todo mundo iria dormir e eu podia me ver livre da atuação por um tempo, eu não sabia o quanto aquilo era cansativo. Jogar, brigar, beijar, cantar, fingir. Eu queria urgentemente um tempo só para mim, eu queria falar um pouco de mim, mas tudo agora envolvia o Nate. E eu sabia que era um ponto positivo todos estarem falando sobre nós, eles acreditavam que éramos mesmo um casal. Isso é o principal, não?

- Amor, vou subir e tomar um banho, ok? – Nate chamou a minha atenção, enquanto eu olhava para a janela da sala ainda envolvida em pensamentos depois de perder a última partida de War.

Apenas confirmei com a cabeça olhando cansada para ele, esfregando a minha nuca em busca de algum conforto. Assim que ele sumiu de vista, Zoey prontamente sentou-se ao meu lado e me abraçou. Às vezes eu achava que tínhamos algum tipo de conexão sobrenatural. O meu irmão também foi para o seu quarto com a namorada, o Matt também aproveitou a deixa para tomar banho antes da minha prima e meus pais já estavam dormindo, visto que se recolhiam cedo aos domingos.

- Me conta o que tá se passando nessa cabecinha. – ela perguntou e eu dei de ombros.

- É complicado ficar no mesmo lugar que o Nathan e o Matthew. – respondi.

- Só isso?

- Não sei, estou cansada. – reclamei.

- E...? – incentivou e eu a encarei com uma cara de interrogação. – Eu sei que você quer falar sobre o Matt.

- Ele é um filho da puta. – proferi o óbvio. – Ele... Anda por aí como se tudo estivesse ótimo entre ele e todas as pessoas dessa família, inclusive, o dono dessa casa que, não sei se você reparou, ignora totalmente a existência dele. Deus, eu amo o meu pai. Mas sabe o que é pior? Que ele me deixou sozinha naquela porra de jantar de noivado sem nenhuma explicação e acha que não deve dar nenhuma satisfação até hoje, porque não é possível...

- Respira Ashley. – Zoey pediu e eu arregalei os olhos me dando conta do que tinha se passado na minha cabeça desde ontem.

- Eu sou louca! – exclamei e ela gargalhou.

- Disso todo mundo sabe.

- Não, sério, desde ontem eu só tenho pensado o quanto ele ainda continua lindo. – confessei e ela apertou a minha mão, como se quisesse me dizer "vamos amiga, onde está a sua sanidade?".

- Por isso você e o Nate brigaram antes do almoço? – deduziu.

- Sim, ele percebeu todos os meus deslizes durante o jogo. Espera! – quase gritei quando me dei conta de uma coisa. – Dava pra escutar a nossa discussão?

- Não. – riu. – Infelizmente, você sabe como gosto de uma treta.

Respirei aliviada pelo fato da discussão não ter sido ouvida, senão adeus disfarce. Então arrumei um jeito de contornar a situação.

- Seria horrível se o Matt ouvisse que aquilo era sobre ele. – revirei os olhos, eu era patética por ter chegado àquele nível.

- Verdade. – concordou. – Você tem um homem maravilhoso em mãos, não devia estar nem dando trela para o Matt.

- Você tem razão. – admiti e suspirei, cansada até para conversar sobre aquilo.

- Agora que estamos entendidas, quero saber tudo sobre a vida em Nova York. – ela falou animada.

- É maravilhosa, eu queria muito que você me visitasse, sua vadia! – comecei e ela deu uma risada se desculpando.

Contei tudo sobre Nova York para a minha prima, sobre o que eu mais gostava e odiava, sobre os primeiros eventos que promovi no início da Ruby, sobre o meu apartamento que era mais do que incrível para uma pessoa que mora sozinha, sobre as celebridades que tinha conhecido no trabalho. Foi gratificante contar tudo a ela. Bom, quase tudo. Eu me sentia um pouco mal por esconder isso dela, mas não era um assunto questionável no momento.

Very Well AccompaniedWhere stories live. Discover now