Capítulo Vinte

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Lembro-me de, quando era mais novo, ter cruzado acidentalmente com um filme sobre um cara fazendo uma viagem de avião. Não era um pornô, ao menos não no sentido literal. Acho que agora seria classificado como... erótico. Ou alguma outro eufemismo assim. 

Apesar de não ser pornô, entretanto, tinha algumas cenas de sexo. Nada muito impressionante e definitivamente não foi o que me chamou a atenção. Não. O que havia ficado comigo todos aqueles anos fora a imagem da personagem principal.

Uma aeromoça com o olhar sacana e que se virava para a câmera como se tivesse falando com o outro personagem do filme e sussurrava aquelas palavras. Tinha sido uma das coisas mais quentes que já havia visto.

Até aquele momento.

Até aquela porra daquele momento em que minha namorada vestira uma fantasia curtinha enquanto, com aquela boca que eu adorava, perguntou se eu estava pronto para uma viagem. Todas as memórias sobre o filme e aquela atriz sumiram imediatamente. O ambiente ao meu redor também desapareceu como um borrão, provavelmente porque todo o sangue de minha cabeça foi redirecionado para meu pau, que ficou duro com uma rapidez que eu não julgava possível. Por isso, quando dei o primeiro passo em sua direção, já estava tudo desfocado, tudo que não fosse Rave. 

Escutei um grunhido e, no fundo de minha mente, sabia que era eu quem fazia aquele som, mas não me importava por estar agindo como a porra de um homem das cavernas. Porque era exatamente assim que me sentia. Um homem das cavernas que estava prestes a transar com sua mulher e só parar quando nós dois estivéssemos esgotados demais para nos mexer.

Assim que Ravenna chegou ao meu alcance, estendi as mãos com a clara intenção de puxá-la para mim, mas fui frustrado quando ela pulou para o lado mais rápido do que meus instintos conseguiram reagir para impedi-la. Se estivesse pensando direito, teria me preocupado sobre como Reid tinha o poder de embebedar os reflexos do quais sempre me orgulhei. Meu cérebro, no entanto, estava desligado para tudo mais que não fosse descobrir se ela estava usando lingerie por baixo daquele top minusculo. 

Avancei outra vez, mas, de novo, afastou-se, dando um passo para trás e erguendo a mão direita espalmada em um claro pedido para que eu parasse. Vi sua boca se mexer, mas precisei me concentrar para realmente ouvir. 

- ... do jeito que eu planejei. 

Ouvi-la, contudo, não permitiu que eu encontrasse algum sentido em suas palavras, ou mesmo que conseguisse formular um pedido para que ela se repetisse. Não que estivesse muito interessado em qualquer coisa envolvendo uma conversa. De novo avancei e de novo fui barrado.

Por Deus! 

Já estava me contorcendo. 

Tortura. Pura tortura. 

Já estava prestes a abandonar a faceta boazinha e começar a demandar o que queria - uma vez que essa opção era melhor do que a alternativa que envolvia implorar - quando Ravenna voltou a colocar a mão espalmada sobre meu peito. Dessa vez, entretanto, avançou um passo, fazendo pressão com a mão para que eu fosse para trás. Deixei que me empurrasse até sentir a beirada da cama bater em minha panturrilha, mas ela não parou, então, obedecendo como um cachorrinho, caí de costas na cama. Apoiei-me em meus antebraços, erguendo-me parcialmente para ver o que ela faria em seguir.

- Duke, você não me respondeu - ergueu uma perna lentamente para apoiar o joelho ao lado do meu quadril e depois fez o mesmo com a outra, posicionando-se para que eu ficasse entre aquelas coxas que atraíam minhas mãos como imãs.

Como meu controle já estava por um fio, nem mesmo tentei recusar aquele chamado. Acariciei suas pernas, satisfeito ao sentir a maciez sobre minhas palmas. Felizmente, ao invés de me repreender, dessa vez Rave abriu um sorriso preguiçoso e pude ver suas bochechas começarem a corar quando minhas mãos subiram para se perderem embaixo daquela saia. Para meu desespero, entretanto, mal pude chegar a encostar os dedos na renda de sua calcinha, que apostava ser tão minuscula e tentadora como todas as outras, e Rave já havia fechado os dedos no máximo que conseguia envolver de meus pulsos.

BlackbirdTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon