Mini capítulo - Sessão de tortura II

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Amora não estava satisfeita com os resultados da confissão de Gustiab. Ele já fora queimado, espancado, desintegrado com ácido, eletrocutado, furado com parafusos, chicoteado, mas não disse uma palavra. Essa demora para arrancar informações do imigrante iria lhe causar dor de cabeça quando seu relatório chegasse ás mãos da Mama.

"Você é o diamante do exército da Purificação, não me desaponte" disse a Líder religioso, em seu último encontro no Palácio de Ferro.

Como se não bastasse o novo corte de cabelo forçado, Gustiab estava tomando mais tempo de seu batalhão que qualquer outro réu sob tortura.

Sentada em sua cadeira giratória na sala de comandos do pátio de tortura, a Purificadora parecia ameaçadora. Sua expressão impassível e sérias amedrontavam até militares de alto escalão.
Agora seus cabelos roçavam o ombro, num Chanel bem cortado e sedoso, lhe dava uma aparência ainda mais séria.

O painel á sua frente lhe oferecia diversas formas de tortura. Entretanto, Amora sabia exatamente o que fazer para conseguir o que queria. Ela apertou um botão na mesa e falou para um microfone fino:

- Bem, nós tentamos das maneiras em que a confissão não lhe causasse tantos transtornos físicos, mas como você não colabora, teremos que usar o método 2 de confissão, senhor Gustiab - sua voz meiga ecoava na sala anti-ruído. Mudando totalmente o tom de voz, ela disse num tom imperativo e sério - Quero todos os instrumentos do módulo 2 á postos em cinco minutos.

*crack* mínimo;
*crack* anelar;

- Eu quero nomes! - A Purificadora de cabelos negros e lisos repetia frase com sua voz mais doce. Em sua mão, um estranho objeto metálico com um buraco no centro.
Sentado e preso na cadeira, o imigrante urrava de dor com dois dedos quebrados.

*crack* médio

O dedo mindinho e anelar já ganhavam uma coloração arroxeada.
Lágrimas escorriam na face imunda do rapaz. Seus gritos ecoavam no ouvido dos guardas.

Amora parecia uma criança no dia de seu aniversário. Estava surpresa que o réu ainda estivesse acordado e isso a deliciava.

Sem repetir a pergunta, quebrou também o indicador e jogou o aparelho "quebra-dedos" longe, aparado por um guarda de roupa branca.

- Vamos fazer algo realmente divertido agora? - disse ela, com os olhos de íris arroxeada arregalados, como uma lunática; novamente usava sua voz meiga. Um sorriso doentio assumiu um lugar em seus lábios.

Amora pegou em cima de um enorme balcão de inox uma pequena pistola de pregos e imediatamente, sentou no colo de Gustiab e pôs-se á pregar pregos minúsculos na gengiva do rapaz.

- Preparem a injeção de adrenalina! Agora! - gritou ela, novamente com a voz um pouco mais grave e cara de paisagem. Ao olhar para o réu, com a voz doce disse - Não sofreu o suficiente, Gustiab querido? Há realmente necessidade de passar por isso tudo para proteger alguém que está te fazendo pagar por um mal tão grande?

O rapaz estava irreconhecível; além de agora babar rios de sangue e os dedos roxos, ele tinha o rosto inchado de socos e choro, o peito em carne viva devido ao ácido fluorídrico e porções de escoriações por todo o corpo. Ele não conseguia mais gritar, estava sem forças.

E desmaiou.

Foi acordado com uma seringa já cravada no coração.

Ele não aguentava mais aquilo. O desespero tomou conta de si ao saber que ao confessar, assinaria sua sentença de morte, mas conseguiu se controlar e dizer:

- Ss... Co... Bar... Sec... Cram... Oll... - sussurrou ele, com dificuldade devido a quantidade de pregos na boca. -He...sso.

- Isso é uma confissão? Está me dizendo que o mandante é um gângster? - A inquisidora perguntou, apática e sem emoção - Scobar Secramoll?

Com lágrimas se misturando ao sangue e sujeira do rosto, ele confirmou.

- Ótimo. Foi bom o senhor confessar senhor Gustiab, mas infelizmente Elisia não é lugar para traidores. - com um rápido movimento e uma faca pontiaguda escondida na manga, Amora corta a garganta de Gustiab, sujando o guarda mais próximo de sangue estrangeiro..

Acho que hoje não vai adiantar muito eu desejar que a paz de Ieowana esteja convosco, né?

ElisiaWhere stories live. Discover now