Mini capítulo - (H)All Lucy Nations

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*o capítulo é curto, mas se quiser ouvir a música pra ficar mais imerso (que foi a que ouvi enquanto escrevia), sinta-se a vontade.

Ele não sentia firmeza nos membros do corpo, mas ainda estava consciente.
Não sabia ao certo se ainda estava no quarto, mas sentia a mão de Primo dentro da sua, certificando que ainda estava na terra
Se fizesse silêncio, conseguia ouvir uma estranha música que vinha da tevê na sala

Não estava mais no quarto, e sim em algum abismo nas profundezas do mar. A cor da água á sua frente era a mesma de seu cobertor. Um azul-marinho um pouco acinzentado. Ao seu redor, águas vivas dançando no balanço da música (que ficara mais alta que imaginara).
Suas cores néon piscavam por seu corpo gelatinoso. Verde, azul e rosa convidando Fabe para se juntar á elas. Bolhas de oxigênio subiam por seus dedos trêmulos. Bolhas que subiam audivelmente cada uma como uma nota musical. As paredes rochosa sibilavam, rindo e conversando como se estivessem numa festa, um burburinho animado e descontraído.

As água-vivas evaporaram. Mais bolhas sumbiam.
Mulheres com rabo de peixe saíram das rochas. Uma antena com uma pequena luz saia de suas testas, iluminando seus rostos que pareciam pintados á aquarela. Eram as criaturas mais lindas que já vira. Seus cabelos se movendo como algas, mas tão brancos quanto um dente de leite.

Energia se expandia pelo seu corpo, misturada á uma felicidade sem tamanho e explicação.

Seu corpo subia vertiginosamente pra longe do abismo com formas néon. Estava pairando acima da água pontilhada de flores de lótus. Pontos brilhantes no centro das flores sussurravam algo mas sua mente não se concentrou nisso.

"Lakshimi", diziam os botões brilhantes, reluzindo dourado e todas as cores do arco-iris.

Água passava por seus pés e um mau humor desmotivado tomou conta de si. Irritado com as pessoas, com o colégio com a vida cotidiana. Carrancudo, Fabe tentou andar naquela água que agora parecia suja de barro, mas visivelmente reluzente.

E tudo foi sugado por um vórtice, tão forte que parecia querer arrancar suas roupas. Junto com as lótus e a água, o mau humor do rapaz também se foi. Novamente estava subindo para o céu. Nuvens fofas passando apalpando sua mão. ⬆

Após passar a nuvem 9, Fabian estava no Espaço sideral, flutuando sob o cosmos, cometas corriam para lá e para cá; e a lua cabia na palma da mão. ↔

As estrelas que antes seriam constelações divergentes, corriam para se reunir numa só forma de curvas sinuosas. Os cabelos de nebulosa dançavam como se nos espaço houvesse vento.

Ieowana estava á sua frente de braços estendidos e um sorriso bondoso no rosto, chamando o para um abraço cósmico e caloroso. Seus olhos feitos de esplendor miravam a alma do rapaz é este se sentiu conectado á divindade ⚫ ⚫ ⚫

As estrelas brilhavam tão intensamente que podiam cegar Fabian, como uma sinfonia de luzes..... ...

A deusa explodiu em padrões e triângulos coloridos. Mesmo que Fabe fechasse os olhos, ainda enxergava as mandalas multicromáticas passeando por seu corpo e soprando seu cabelo. A sensação de bem estar avassaladora tomou conta do rapaz. Algo inexplicável.

Um coração de tijolos meio sujos surgiu á sua frente. Ele parecia pulsar quando raios divinos destruiam-no e o cobriam de furos luminosos.

Após algumas horas vendo e ouvindo coisas que achou ser uma epifania ou a própria deusa lhe mandando uma mensagem, o garoto estava suado ainda na cama com Primo, que o olhava com candura. Os efeitos da droga ainda estavam ativos, porém muito mais fracos.

- Eu tive uma epifania - sussurrou Fabe.

Jain o abraçou com o coração partido, mas sabendo que era o necessário pra salvar sua vida.

- Eu imaginei, mas eu fiquei do seu lado. Agora está tudo bem - disse Jain, com pesar - Eu vou estar aqui para te proteger de tudo. Eu te amo.

Fabian arregalou os olhos e pensou ser parte da epifania, então apenas respondeu:

- Eu também te amo, Primo.

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