3.1 - Caçada

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A noite começou com Matzen alternando-se entre o predador e o homem de negócios.

Apertava mãos e dizia seus cumprimentos. Decisões apressadas e promessas de conversas contínuas.

Então, assim que todos tinham sua atenção em outro lugar, ele deslizava a mão pela minha bunda e apertava uma de minhas nádegas. Era apenas um toque discreto, superficial. Não tinha o propósito de ser carnal por si só.

Seus beliscões em minha bunda eram apenas uma lembrança de que não tinha esquecido nossa brincadeira.

Não pretendia esquecer nossa brincadeira.

Era no seu olhar que minha situação ficava realmente delicada.

O submisso recebeu autorização para caçar e, a cada dia que passava, eu percebia que Matzen era muito mais switcher que submisso. Um praticante do fetiche que se divertiria muito em qualquer uma das posições mas que, por ter sido obrigado a assumir a posição de dominante por tanto tempo, agora, preferia experimentar o tesão de ser submetido.

Se eu não tomasse cuidado, em breve, ele iria querer mudar os lados da nossa equação.

Suspeitava que ele fizesse isso, mesmo que eu tomasse cuidado...

Principalmente quando percebesse que nunca dominou uma mulher.

Não de verdade.

Não como BDSM lhe permitiria.

E o que aconteceria quando ele quisesse experimentar?

Meu papel de dominadora tinha dias contados em nossa relação, era perceptível. Eu precisaria aproveitar. Logo, ele iria me querer de quatro implorando por mais e bem... eu nunca tive nada contra ficar de quatro ou implorar... e ele era o cliente.

Seu olhar não me abandonava.

Nem mesmo quando nos separávamos.

Especialmente quando nos separávamos.

Ele estava esperando que eu precisasse desesperadamente ir ao banheiro, ou algo igualmente reservado, para que pudesse me seguir e me comer longe do público.

Mas eu não iria lhe dar esse prazer.

Se ele queria me comer, locais públicos seriam a única opção.

Nos afastávamos por alguns instantes e cada retorno eu sentia sua mão mais pesada em mnha cintura. Mais densa. Os dedos se curvando como uma garra sobre meu vestido.

Gostava de tocar seus ombros. Homens largos conseguem ser agradáveis de um jeito peculiar.

E Joe nunca deixava que eu me afastasse demais. Sempre um nó do dedo roçando em minha coxa, sempre um hálito fresco em meu pescoço, sempre meus dedos em seus lábios, sempre seu olhar sobre meu corpo.

Sua presença me envolvia.

Ri da piada estúpida de um de seus colegas, e Joe passou os dedos pelos meus cabelos. Separando-os em blocos de fios entre seus dedos. Um movimento relaxado e desenvolto. Como se estivesse habituado a ter meus cabelos nas mãos há anos.

Não tinha como saber o que se passava em sua mente, mas pelo modo como se movia, intenso, sempre que eu me aproximava demais, suspeitei que sua mente estivesse preenchida por pensamentos do tipo "foda a puta foda a puta foda a puta".

Duvidava que ele conseguisse pensar em qualquer outra coisa.

Duvidava que eu conseguisse pensar em outra coisa.

[Degustação] MalíciaWhere stories live. Discover now