7.2 Ciúmes

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Nós perdemos o almoço.

Joe quis desistir de ir caçar para me levar para cavalgar, mas eu lhe dei um beliscão e o enviei com o grupo. Marion estava entre os caçadores e o meu Joe inexperiente ficou muito embaraçado com a ideia de passar a tarde perto de uma mulher que ele tinha assistido transar.

Eu tentaria lhe dar alguma dica, mas eles estavam de saída e não havia tempo suficiente.

Então, fiquei a sós.

Não foi desagradável.

O lugar era lindo. Comida e bebida nunca faltava. E havia até massagistas a disposição. Massagistas.

Ficar a sós não era um problema para mim.

O meu problema era estar me apaixonando por Matzen.

Sim, esse era um problema.

E um bem grande.

Liguei o chuveiro. Um banho antes da massagem.

Deixei a água escorrer pelo meu corpo lavando o suor. O meu. O dele.

Saliva. Suco. Esporro.

Qual era o meu problema?

Eu não o conhecia o suficiente para me apaixonar. Ele sequer era o tipo experiente que normalmente me seduziria.

Mas... ali estava.

Era o modo como tocava minha mão, ou abraçava minha cintura, ou sorria.

Respirei fundo e fechei os olhos mantendo a cabeça sob o jato quente.

Era nadar ou morrer com Matzen.

Não era isso que eu queria. Eu sempre queria sexo. Não relacionamentos. Não emoções.

Mas, ali estava eu: e emoções era o que eu tinha.

Coloquei a coleira de volta na mala. Fez sentido permitir que ele a retirasse. Já tinha cumprido sua obrigação e meu ego estava bem satisfeito.

Depois de uma massagem, uma meia hora de leitura e um coquetel de frutas delicioso com um teor alcoolico muito leve, eu estava no sétimo céu. Ainda deveria ter umas duas horas antes que Joe voltasse, quando a perturbação na porta de entrada da residência chamou minha atenção.

Will puxava Matzen pelo braço e a comoção era geral.

Algo fica mais pesado no ar. Como se problemas tivessem a capacidade química de interagir com oxigênio. É um odor, uma essência... algo difícil de explicar, mas inescapável em compreensão.

Algo estava errado.

Matzen empurrou Will, livrando-se de seu aperto, enquanto os outros cercavam a dupla em pedidos de "calma". Eu me adiantei, furando o círculo de observadores que mantinha o grupo preso na entrada da sala.

- Joe? - ele tinha a mão sobre o rosto, quando me aproximei, tocando seu braço devagar.

Sangue escorria de seu nariz. Uma pequena mancha ressecada logo abaixo da narina.

Eu parei de respirar.

- O que aconteceu?

Se Will tivesse encostado um dedo no meu Joe, ele ia sentir o sabor do meu chicote.

Não ia nem saber o que lhe atingiu. Só ia perder a capacidade reprodutiva e fim.

Toquei seu rosto com carinho, verificando a integridade de suas feições.

- Estou bem. - avisou, ríspido, mas não me afastou.

- O que aconteceu? - repeti, dessa vez para Will, dessa vez com bem menos carinho na voz.

[Degustação] MalíciaWhere stories live. Discover now