8.3 - Switch

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Ele beijou alguém.

Eu beijei alguém.

Mas ele tinha ido atrás dela.

Então, eu ainda estava perdendo por um ponto e não consigo viver assim.

Preciso estar ganhando por, pelo menos, três. Sempre.

Joe me seguia de perto, mas encarava minha bunda cada vez menos. Havia informação demais nos arredores para que ele conseguisse se concentrar. Minha seleção para nossa noite não era um clube de swing padrão, mas um calabouço bdsm de elite.

Era caro. Mas ele tem dinheiro.

Não era para amadores. Mas eu sei o que estou fazendo.

A música eletrônica era suave e etérea. Três dançarinas sobre colunas baixas de vidro transparentes despiam-se devagar, e, fora o homem em um dos cantos que tinha atravessado sua acompanhante nua sobre a mesa para espancar seu traseiro pelado até deixá-lo vermelho, o resto do saguão de entrada estava bem comportado.

- Em lugares públicos, a palavra "vermelho" funciona como palavra de segurança oficial. - expliquei, antes de levá-lo adiante.

- Não usamos mais a nossa?

- Não. Eu e você usamos a nossa, entre nós. Mas, para os outros, o que vale é vermelho. Se alguém te disser... ou se quiser dizer para alguém.

Ele apenas acenou com os lábios espremidos. Seus olhos desviando-se de mim com frequência para encarar ora as dançarinas, ora a mulher que apanhava.

- Matzen, feche a boca. - ri - Parece que nunca viu uma stripper antes.

Seu pomo de adão se moveu daquele modo constrangedor que anuncia as tentativas falhas em esconder um grande segredo.

- Você nunca viu uma stripper?

- Não frequento esse tipo de ambiente. - rosnou, grave.

- Claro que não. - diverti-me - É indecoroso. Imoral. - segurei sua cintura, virando-o para a dançarina mais próxima. Guiando seu corpo até que estivéssemos aos seus pés, colados à pilastra de vidro. - Graça nenhuma. - suspirei em seu ouvido. Matzen mordia o lábio com as mãos enfiadas nos bolsos, como se capazes de atravessar o pano das calças.

Acariciei sua bunda preguiçosamente, apertando meus peitos em suas costas. Ele não se afastou, mas também não se aproximou.

Manteve-se rígido e imóvel. Se o ar condicionado não estivesse tão gelado, meu pobre Joe estaria suando.

- Você quer tocar? - indiquei as longas pernas morenas que dançavam a nossa frente.

- O quê? - ele hesitou, afastando-se da pilastra, o que levou sua bunda com gosto direto para minhas mãos ambiciosas, fazendo-o tropeçar sobre si mesmo, desajeitadamente.

- Ela não se incomoda. Eu também não. - pisquei um olho.

A coluna de vidro que servia de palco para a morena atingia uma altura pouco acima dos meus joelhos, de modo que meu olhar alinhava-se com sua virilha precariamente coberta por uma saia muito curta e calcinha nenhuma.

- Não vou tocá-la. - decidiu.

- Tem certeza? - deslizei meu dedo médio por entre as coxas da dançarina. Sua pele era delicada, mas úmida de suor e quem sabe o que mais. Rebolou de encontro ao meu toque com um sorriso erótico. Plantei um beijo delicado em sua perna, bem acima do joelho e deixei minha mão subir. Atrás de mim, Matzen não piscava. Não respirava. Não se movia.

[Degustação] MalíciaWhere stories live. Discover now