7.1 - Intrusos

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Suas mãos estavam no meu cinto. Libertando presilha e zíper para permitir a passagem da minha ereção. O ponto da trilha em que nos encontrávamos era protegido em uma curva cercada por vegetação alta e densa, o que significava que estávamos escondidos de olhares distantes, mas, se alguém se aproximasse, não seríamos capaz de perceber até que fosse tarde demais.

E considerando que Yaya pretendia enfiar meu cacete na boca... talvez nem então eu percebesse. Eles poderiam estar a poucos passos ou sapateando em cima da minha cabeça... se Yasmine me tivesse na boca, eu dificilmente notaria.

Mas eu ouvi o mesmo barulho que ela afirmou ter escutado. Alguém se aproximava e eu comecei a ser invadido por arrependimento em doses iguais a excitação.

- Isso não vai dar certo.

- Com medo de um pouco de audiência. - minha hesitação apenas a enchia de tesão. Como se ultrapassar meu receio fizesse sua boceta encharcar ainda mais depressa.

Sacudi os cabelos, tentando impedir suas mãos, mas não havia força de vontade em meu corpo para impedi-la, de modo que ela se desfez de minha mãos rápido demais. Eu senti o frio em minha virilha e olhei para baixo para constatar minha nudez.

- Agora tire a camisa. - ordenou.

- Ficou louca. - eu me encolhi em uma tentativa inútil de afastar minha virilha dela - Não vou tirar a roupa aqui.

- Quero ver minha coleira.

- E vai vê-la, de volta dentro da sua mala, de onde nunca deveria ter saído. - resmunguei.

Os sons eram perceptíveis agora. Alguém se aproximava pela trilha e não estava sozinha. Eu comecei a repassar a lista de convidados de Ewan em minha mente e não havia qualquer nome naquela lista que poderia ser "menos pior" que outro. Não importava quem fosse, ser visto nu e de coleira no meio de um jardim era o tipo de coisa que arrastaria minha reputação no limo verde que a gente encontra embaixo de uma poça de lama particularmente imunda.

E havia poucas coisas na vida que eu cuidasse como minha reputação.

O nome é a coisa mais preciosa que uma pessoa pode ter. Foi a lição mais importante que meu avô me ensinou. Seu nome pode te garantir crédito infinito, amigos leais, opiniões confiáveis... ou pode te garantir olhares atravessados e fofocas venenosas às suas costas. Eu tinha decidido o que era importante há muito tempo, e não ia deixar um boquete destruir isso.

Por mais sublime que o boquete prometesse ser.

Ou pelo menos, esse era meu plano.

Mas Yasmine estava com os joelhos enfiados na terra, provocando com seu hálito as terminações nervosas mais sensíveis que um homem pode ter no corpo e lições, reputação e meu avô se tornaram coisas fugazes que desapareceram da minha memória sem qualquer hesitação.

Mordi meu lábio com toda força que senti doer.

- Certo. - eu a ergui pelos braços - Tudo bem. - empurrei nós dois para fora da trilha enquanto ela ria baixinho de meu comportamento animal - Você quer me chupar, então me chupe. Mas aqui... - expliquei, enfiando nós dois entre os arbustos altos às margens da trilha.

O som no trecho atrás de nós ficou mais alto e Yasmine, com ouvidos mais treinados que os meus quando o assunto era "indecências", interrompeu suas provocações com um sorriso libidinoso.

- Acho que não estamos sozinhos. - susssurrou. Seu suspiro, no entanto, atingiu a cabeça do meu pau, que ela já tinha nas mãos. Minhas pálpebras pesaram além do meu controle e eu teria fechado os olhos se algo além das árvores não tivesse chamado minha atenção.

[Degustação] MalíciaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora