1.1 - No Cinena

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- Não acredito que ele disse isso! - Magda estava rindo, fora de controle - Isso parece ter sido ridículo! - cobriu a boca com as mãos - Sexo é a segunda coisa mais gostosa... - resmungou com uma voz forçada.

- Você não estava lá. - indiquei minha taça de vinho para ela.

- Eu sei que o cara é gostoso, mas por favor!

- Mags, o cara é muito gostoso. Esse é o problema.

- Problema?

- É! Ele é gostoso daquele jeito que pode falar qualquer merda e ser perdoado. É o jeito que ele fala. Como se tivesse acabado de beber duas doses do suco da nossa vagina e pedido mais uma rodada, lambendo os beiços e pedindo "por favor". Ele faz tudo soar delicioso. Hipocrisias a parte, caras normais têm que se esforçar mais. Você sabe. - disse, sem arrodeios.

- E mulheres normais também. - reclamou, indicando nós duas.

- Magda! Você é uma mulher linda.

- Eu sei. Mas eu me esforço um bocado para fazer isso acontecer, enquanto você... - torceu o nariz me fazendo rir alto - Você acorda pronta pra um desfile da Victoria's Secret.

- Não exagera.

- Literalmente! - exclamou, indignada - Como você consegue dormir com aquelas porras minúsculas enfiadas na bunda? Eu preferia dormir pelada do que com aquelas lingeries que você dorme.

- Gosto de me sentir sensual o tempo todo. - levantei um ombro - Mas isso é pessoal, não me abusa.

- O homem que casar com você vai ter um problema sanguíneo. - avisou, fingindo preocupação e eu bebi mais vinho - O sangue dele vai viver no pênis. Isso não é saudável.

- Magda, a gente pode voltar a conversar sobre coisas sérias?

- Ah, perdão! Coisas sérias, ok. O presidente da indústria pornô quer te comer como parte da lição das aulas de sexo que você assiste. Adoro nossos assuntos sérios.

- Por que você tem que falar como se nunca tivesse ido ao Négligée?

- Porque eu sou da área de marketing! As aulas são completamente diferentes pra gente. Não é essa selva selvagem da sua pós.

- O que eu faço? - senti vontade de sacudir ela.

- Yaya, você deixa ele te comer. O que mais vai fazer? Já sabe se ele vai pagar?

- Não sei como é o protocolo. O professor Stow só me enviou uma hora e um endereço. Não sei se ele vai ser um cliente pago normal.

- E você vai ter que trabalhar de graça? - fez uma careta.

- Mags, algo me diz que Delvak seria mais prazer do que trabalho. - arregalei os olhos.

- Tudo bem. Então, vai com esse espírito. Se ele te perguntar o valor, no final, você cobra. Se não, deixa seu telefone na cabeceira e diz que ele é o maior pau que você já viu ou seja lá qual for a mentira que você conta pros clientes hoje em dia.

Enfiei a mão nos cabelos.

Eu estava nervosa.

E por um motivo bem simples... aquilo não ia ser só um cliente normal: mesmo que Delvak cobrasse, eu sabia o que estava em jogo.

Transar com um homem na posição dele seria uma entrevista de emprego. E eu não queria me dar mal.

Algumas batidas na porta chamaram nossa atenção.

- O namorado? - riu

Dei um tapa no seu braço e fui até a porta.

- Oi, Davie! Entre.

[Degustação] MalíciaWhere stories live. Discover now