Uncertain Call - (L.S)

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ATENÇÃO: Esse livro pode conter gatilhos para pessoas propensas a crises de ansiedade, ataque de pânico, depressão e tentativa de suicídio.
Todos os capítulos contendo tais possíveis gatilhos serão devidamente sinalizados.

Esse capítulo contém cenas sensíveis de crises de ansiedade, ataque de pânico, depressão e tentativa de suicídio.
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-Não quer sair para comer alguma coisa? -Liam disse se levantando da cadeira e colocando sua arma novamente ao suporte preso ao ser corpo, objeto que, até então, estava na mesa ao meu lado.

As noites estavam sendo incrível e assustadoramente tranquilas dos últimos três dias até aquela fria e solitária madrugada. Já passava das três da manhã e eu e Liam eramos os únicos no posto policial, distante do verdadeiro centro de Nova Iorque, que nunca dorme.

Trabalhar durante a madrugada estava sendo uma nova jornada para mim, trocar o dia pela noite nunca foi meu ideal de vida. Todo dia, ás dez da noite, o telefone tocava o alarme, simbolizando que estava na hora de colocar aquele uniforme azul mais uma vez. Em seguida, um café expresso acordava-me e me trazia um pouco mais de coragem para continuar caminhando até o destino final. Pouco antes das onze, horário de inicio do meu turno, lá estava eu, preparando-me mentalmente para enfrentar uma madrugada com Liam e suas piadas infames.

-Harry? Quer ir com a gente? -Repetiu caminhando até a porta, chamando minha atenção pela última vez e fazendo com toda minha atenção, que navegava pelas frases de um livro, se virasse para ele.

-"A gente"?

-Eu e o Zayn. -Ele apontou para fora, onde Zayn estava pouco distante, esperando-o enquanto ajeitava-se e se espremia em seu casaco de couro falso, acenando de volta.

-Zayn. Claro. Deveria ter desconfiado antes. -Debochei deixando algumas risadas escaparem por ver Liam revirando os olhos para mim. Ele sabia o que eu pensava sobre isso. -Você sabe que ele tem uma queda por você? Desculpa, eu só queria relembrar.

-Você é patético! -Murmurou pegando seu casaco e rindo sarcástico. -Não me lembro se policiais que vêem coisas podem ser contratados...

-Talvez não, mas se policiais cegos puderem, você vai ser promovido! Podem ir, alguém precisa trabalhar de verdade aqui, e não demorem muito porque se eu receber alguma chamada, o posto vai acabar ficando vazio.

-Aposto dez dólares que ninguém vai ligar, igual ontem! -Disse passando pela porta, vendo Zayn se aproximar ainda mais. Recusei sua oferta.

-Ei, Liam! -Gritei antes que a porta pudesse ser completamente fechada e me virei totalmente para o mesmo.- Aproveite a companhia!

-Você pode parar de fingir que minha namorada não existe? Porque ela existe e ele não passa de um melhor amigo, sr. Especialista em Relacionamentos! -Sussurrou para que ninguém mais pudesse ouvir nosso debate, mostrando-me seu dedo do meio e saindo ao encontro do 'velho amigo'. -Eu sou hétero!

-Ex-namorada!- Rebati soltando as últimas gargalhadas da situação que faziam minha barriga doer. No entanto, logo me recompus e voltei a folhear as páginas daquele velho livro.

Ao mesmo tempo em que era complicado tudo isso, parecia completamente simples para mim.

De seis dias da semana em que trabalhávamos, quatro ou cinco alguma coisa relacionado a Zayn vinha a tona, ou uma ligação na madrugada, passeios noturnos, ou o mesmo trazendo Liam para seu turno. Desde que Liam terminou com sua, até então, atual namorada, há duas semanas trás, era compreensível para mim que Zayn poderia apenas querer animar e estar ali para seu amigo novamente, mas isso parecia ir além de suas intenções fiéis para mim. Talvez o jeito que ele olha para Liam e o jeito que seus braços precisam estar sempre ao redor dos ombros do mesmo, como uma forma de querer protegê-lo, já diziam o bastante por si próprio. Porém, não estava certo se Liam sentia o mesmo.