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Primeiramente obrigada por ler esse livro e por acompanhar meu trabalho, é uma honra para mim saber que você está aqui!

Antes de começar esse capítulo, tenha em mentem que, nessas lacunas de tempo que existe nos capítulos, é porque eles estão apenas seguindo a rotina deles, então não tem a necessidade de sempre detalhar. Eles têm uma rotina normal por conta do trabalho, embora ela vai ser quebrada um pouco agora.

O Louis melhorou gradualmente ao longo desses anos, até porque nenhuma melhora vem de uma hora para outra, e ele está realmente bem melhor agora. Já o Harry, ele está começando a não ver as coisas com tanta racionalidade assim por conta dos milhares de sentimentos que andas dentro dele agora... Enfim, vocês vão ver! Boa leitura!

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Louis P.O.V

Eu queria ter tido meus pais presentes para me guiarem e instruírem-me sobre o que eu poderia ou não fazer quando tinha coisas, que hoje sei o quanto não são normais e nada saudável, em cada canto da minha cabeça. Eu poderia reclamar naquela altura se eles soubesse o que estava acontecendo e resolvessem me ajudar, mas eu percebo hoje o quanto isso poderia fazer diferença.

Depois de tantos anos desde que perdi a única coisa que mantida meus pés no chão e que, indiretamente, me ajudava a não pensar em desistir, já havia passado meu tempo de me arrepender do passado ou de me culpar por isso. Tive tempo suficiente para passar por cada etapa dolorosa da fase de superação: A tristeza, a raiva, a solidão...

Hoje em dia, eu percebo uma coisa maior em todos os denominadores comuns da fração entre a vida e a morte que a humanidade tanto da valor, mesmo sem saber o que pode ou não ter do outro lado da vida. Além da morte ser supervalorizada e a vida meramente desprezável para muitos, nosso momento presente é curto o bastante para gastarmos adivinhando algo que não temos ideia de como funciona.

Demorei anos do outro lado do pensamento para perceber o quanto nossa capacidade de superação é frágil, seletiva e quase nula quando se trata da morte. Foram noites e mais noites sozinho, me perguntando o porquê, querendo deixar todos eles vivos dentro de mim e dentro de todos, porém, eu me esqueci que eles jamais seriam esquecidos.

A constante necessidade de relembrar cada segundo algo de algo ou alguém que já foi, que machuca, mesmo depois de todo o tempo de luto, a insistência de viver por aquilo, como se você não fosse nada além do sentimento de perda, isso acaba aos poucos com toda sua vida. Nós fazemos tanto isso que mal percebemos, se tornou cultural viver pelo que não pode mais ser vivido, ao invés de apreciar o tempo que durou e entender que isso vai ser uma parte da sua vida que não vai ir embora.

Hoje eu entendo que não posso trazer eles de volta e que nenhuma idealização deles vai fazer o que aconteceu, simplesmente, desaparecer. Dói ter que voltar ao dia que tudo aconteceu e recomeçar, reviver todos os sentimentos de novo, de uma forma madura e com o ponto de vista que eu sei que não tinha antes: Você precisa começar resolvendo seus problemas da raiz, tocando na ferida e sentindo ao máximo tudo que tem para sentir. Ao invés de fugir do que te faz mal, a única forma de ficar bem é encarando seus problemas e reformulando seu ser através do caos.

-Louis, é só uma viagem. Você está surtando.

-Não é "só uma viagem", Lottie! -Dei mais uma das vinte voltas que eu completava por andar em círculos por todo o quarto. Tampando meus olhos, preferiria não ver as malas abertas com algumas roupas em cima da cama e lembrar que o voo seria em poucas horas.

Uncertain Call - (L.S)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora