Um ano pode mudar muita coisa na vida de alguém, que o diga Rebekah Campbell.
No espaço de um ano, descobriu coisas sobre si mesma que pensava serem impossíveis.
Ela conseguiu abrir o portal e agora tem todo um novo mundo para descobrir. O problem...
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Aperto a caneca de chocolate quente por entre as mãos, enquanto observo o lado de fora do Dylan's, através da janela. O calor do líquido castanho aquece as minhas mãos, que estão geladas devido ao frio que faz do lado de fora do estabelecimento.
Só mesmo a Emily para me fazer sair à rua com este frio...
Há uma hora atrás a ruiva ligou-me, disse que precisava de falar comigo sobre alguma coisa importante. Ela parecia tão assustada que eu saí a correr da Academia, em direção ao café, onde me encontro à espera dela.
Ouço o som de passos a aproximarem-se e olho para o lado à espera que seja a Emily. Mas não, é só uma das empregadas com o seu uniforme cor de mostarda. Ela coloca uma chávena de um liquido preto e fumegante à minha frente na mesa, e sorri-me, antes de voltar a virar-me as costas.
- Hey! - chamo-a, e ela volta a olhar para mim. - Só pode ser engano, eu não pedi isto. - aponto para a chávena de café.
- Pediram-me que te entregasse. - esta responde, batendo com a caneta no seu bloco de notas.
- Quem?
A rapariga, que não aparenta ter muito mais que vinte anos, troca o peso de uma perna para a outra e aponta, com o dedo, para uma das mesas atrás de mim.
Olho para trás e o meu olhar cruza-se com os olhos verdes do Thomas. O rapaz já se encontrava a olhar na nossa direção, e sorri.
Suspiro e volto-me para a frente.
- Podes levá-lo - continuo referindo-me ao café. - Eu não quero.
- Eu não posso. - a rapariga protesta. - Ele já pagou.
- Então bebe-o.
Ela nega com a cabeça.
- Não posso. Se o fizer depois não consigo dormir.
Volto a suspirar.
- Tudo bem, obrigada. - solto um fraco sorriso, na tentativa de não parecer mal educada.
A empregada sorri, e vai-se embora. Pego na chávena de café e levanto-me, caminhando até à mesa do rapaz. Sento-me à sua frente e deslizo a chávena por cima da mesa, na sua direção.
- Quando é que vais parar com estas estúpidas tentativas de sedução? - encosto as minhas costas no banco, e encaro-o de braços cruzados.
O seu típico sorriso consegue ficar ainda maior, e ele inclina-se para a frente, por cima da mesa.
- Nada convencida tu... - provoca. - Quem é que te disse que isto é uma tentativa de sedução?
Bufo e desvio o meu olhar para a janela. Eu devo ser uma miúda muito irritante para merecer isto.
- É curioso como o teu nome combina totalmente contigo. - continua. - Miúda do café...
