Capítulo 7

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  Dizer que estou a fazer isto pelo Thomas é um exagero

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  Dizer que estou a fazer isto pelo Thomas é um exagero. Na verdade acho que foi só um incentivo. Ou uma desculpa.

  Tal como eu estava à espera, encontrar o hospital da cidade não foi difícil, bastou perguntar a duas ou três pessoas na rua, e depois seguir a tabuletas, que rapidamente cheguei ao sítio que pretendia.

  Mas agora, perto da entrada do hospital, e na fila para ser atendida pela senhora da secretaria, não faço a mínima ideia do que vou fazer.

  O meu impulso foi vir a correr até aqui, e pelo caminho este parecia ser o plano perfeito. Eu tinha o anel, sabia o sítio onde iria obter as informações, mas esqueci-me do pormenor mais importante: O que é que eu iria dizer?

  Olho à minha volta na esperança de encontrar mais alguém com um anel igual ao meu, mas esta parece ser uma missão impossível.

  A fila continua a avançar, chegando a minha vez. Encaro a senhora de cabelos grisalhos à minha frente por breves segundos, até que ela fala.

- A menina está bem? - pergunta, impulsionando-se por cima da sua mesa de trabalho.

  Assinto, nervosa.

  Esta era uma boa altura para me lembrar de alguma desculpa, no entanto não me ocorre nada.

  A senhora sorri.

- Queres visitar alguém?

- Sim. - gaguejo. - Eu quero visitar o... - tento pensar num nome aleatório mas o meu cérebro parece não querer cooperar. O problema é que mesmo que eu diga um nome qualquer, ela pode perceber que não existe no hospital ninguém com esse nome.

  A senhora retira os óculos, pousando-os ao lado do teclado do computador.

- Olha para trás. - diz e eu obedeço à sua ordem quase mecanicamente. A fila atrás de mim está cada vez maior, fazendo com que me sinta um pouco culpada por estar a tirar a vez a outra pessoa. - Tem aqui muita gente a precisar de ajuda, diz lá o que precisas, e não os faças esperar.

  Volto-me novamente para a frente com a cabeça baixa e o olhar preso no anel no meu dedo. Era suposto alguém me reconhecer com esta coisa...

  Um médico, enfermeiro, ou talvez um simples funcionário, na verdade não faço a mínima ideia de quem seja, entra e entrega uns papéis à senhora que, segundo a placa da sua blusa, se chama Margaret T.

  Rodo o anel no meu dedo, aproveitando que a mulher está distraída com a explicação do homem que entrou. Eu tenho que arranjar urgentemente uma desculpa.

  A mulher volta a girar a cabeça na minha direção, pegando-me de surpresa, sem nenhuma ideia minimamente boa. Vejo-a abrir a boca para me perguntar novamente de que é que eu preciso, mas o homem ao seu lado coloca a mão no seu ombro, e continua. Os meus olhos arregalam-se surpresos ao ver o anel presente no seu dedo.

The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)Where stories live. Discover now