Capítulo 14

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  Eu sabia que antes de ser um Volk, a Francesca tinha sido uma Guardiã

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  Eu sabia que antes de ser um Volk, a Francesca tinha sido uma Guardiã. Só nunca tinha parado para pensar quem seria o seu protegido.

  Mas o facto da minha mãe ter sido Guardiã da mãe do Cameron ajuda a explicar muita coisa. Ou, pelo menos, eu espero que ajude a explicar.

- Então vamos falar com ela. - digo e dou alguns passos em frente, ao mesmo tempo que olho em volta do salão à procura da Natalie.

  Estarei claramente a mentir se disser que estou ansiosa por conhecer a Natalie Montgomery. De certa forma, o simples facto de falar com ela cria em mim uma sensação incómoda. Como se estivesse a conhecer uma sogra - o que é estúpido, tendo em conta que eu não tenho nada com o Cameron.

- Não! - diz, ao mesmo tempo que a sua mão quente toca no meu braço. - Não podemos ir lá agora. Temos que esperar que ela esteja sozinha.

- Porquê? 

- Porque eu já conheço bem o suficiente a Natalie para saber que ela liga demasiado às aparências. A minha mãe nunca vai contar nada se estiver acompanhada. - diz. - Temos que esperar que ela esteja sozinha.

  Suspiro.

- Okey, e o que é que fazemos até lá?

  No momento em que acabo de falar passa um empregado, que com um equilibro incrível, consegue equilibrar uma bandeja cheia de copos, com uma simples mão, e o Cameron retira da mesma dois copos. 

- Vigiamo-la. - responde, entregado-me um dos copos.

  Aceito o copo murmurando um obrigada. Bebo um pequeno gole da bebida e observo as pessoas à minha frente. 

  O Cameron diz que a mãe dele se preocupa muito com as aparências, mas ela está longe de ser a única. Cada pessoa neste espaço comporta-se como se estivesse muito confortável quando, na verdade, tenho a certeza em como eles dariam tudo para sair daqui. 

  Natalie, a mãe do Cameron, mulher que conheço apenas pelas três ou quatro vezes que nos cruzamos por acaso num desses muitos corredores do palácio, apresenta um vestido azul petróleo e o seu cabelo castanho encontra-se solto, num corte que lhe dá mais ou menos pelos ombros. Ela movimenta-se com elegância de um lado para o outro entre os grupos de pessoas, com os seus sapatos de salto alto pretos, como se estes fossem chinelos de quarto fofinhos.

  Como é que ela anda assim? Eu estou a controlar-me muito para não tirar os meus sapatos e andar por aí descalça.

- Vá lá... ela nunca está sozinha. - protesto, ao fim do que pareceu uma eternidade a encarar a mãe do rapaz.  - Anda sempre de um lado para o outro com aqueles sapatos mais altos que eu.

  Ele sorri. Uma gargalhada muito mais contida, derivado ao lugar em que nos encontramos, mas, ainda assim, o suficiente para me relembrar de cada gargalhada que ele dava, de cada vez que eu dizia alguma parvoíce.

The Guardian - The Discovery of a New World (Livro 2)Where stories live. Discover now