Um ano pode mudar muita coisa na vida de alguém, que o diga Rebekah Campbell.
No espaço de um ano, descobriu coisas sobre si mesma que pensava serem impossíveis.
Ela conseguiu abrir o portal e agora tem todo um novo mundo para descobrir. O problem...
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O jantar prosseguiu normalmente, tendo o assunto "Abby" sido imediatamente posto de lado. O Alec não estava muito confortável em falar nela, e o meu pai parecia mais interessado em saber como é que as coisas estavam a correr na Academia.
Tal como prometeu, o Alexander não contou nada ao Sr. Campbell, e eu espero mesmo que a Elena não se lembre de falar com ele.
Após o jantar recebi uma mensagem da Emily a convidar-me para ir ao Palácio. A rapariga tem andado ocupada - ser princesa não é tão fácil quanto eu pensava -, os seus horários deixam-lhe pouco tempo livre, então temos que aproveitar estes momentos para estarmos juntas e relembrar os tempos em que partilhávamos o mesmo dormitório no colégio.
Desta vez a Emily sugeriu que víssemos um filme, o que eu achei uma excelente ideia, mas não por muito tempo. Ela queria ver um filme de romance - o que está longe de ser dos meus géneros preferidos -, mas lá aceitei ver o filme com ela.
Sentamo-nos na sua cama e começamos a ver o filme, enquanto partilhávamos um grande pote de gelado.
A Emily ria de cada coisa estúpida que aparecia no filme, e eu acompanhava-a incapaz de controlar o riso face às suas gargalhadas, que tinham mais piada do que a própria piada.
É estranho estar com a Emily e não lhe contar que, ao que parece, o meu irmão também sente alguma coisa por ela, mas eu tenho a certeza que o Alec me mataria se eu contasse alguma coisa. Para além disso não tenho muito jeito para fazer de cupido. Eu tentei juntar o Alexander e a Abby, e tudo que consegui foi um relacionamento falhado que não durou muito mais do que um mês.
A Emily pausa o filme a meio, como se já tivesse farta de o ver, e começa a falar. Pergunta como é que correu a conversa com a mãe do Cameron e tudo o que aconteceu a seguir. Conto tudo e ela assente em silêncio.
- Como é que vai ser amanhã? - pergunta.
- Eu não sei se vou amanhã. - confesso, encolhendo os ombros. - O Cameron e eu chegamos a uma altura em que já não sabemos onde procurar mais. Esta história de portais está a deixar-me cada vez mais confusa, já não sei em quem é que posso confiar.
- Vocês têm que continuar a pesquisa! - protesta, indignada. - Não te esqueças que se vocês não descobrirem o porquê de conseguirem abrir os portais, os membros do Conselho não irão descansar enquanto não descobrirem eles mesmos. Eles podem chegar ao ponto de vos fazer exames. Testar-vos como se fossem ratos de laboratório, ou pior... como se fossem monstros.
- Se calhar isso não vai ser assim tão mau. Já deu para perceber que por este andar nós não vamos descobrir nada.
Ela bufa um riso.
- Eu não me acredito nisto. Eu nunca pensei que viria a ver o teu lado cobarde.
- Eu não sou cobarde! Só estou farta de andar de um lado para o outro à procura de respostas, quando nem sequer sei se alguém as tem. - protesto. - Agora, podemos continuar a ver o filme?
