O Início que parecia o fim

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"A crise pode parecer ruim, mas pode ser também o início da cura. É ela que nos obriga a buscar algo melhor"
GrazielaBergamini

É a crise!
Atualmente é a frase que mais se fala. De fato, a crise está se instalando e não é somente a crise financeira, mas também a crise emocional, existencial, crise de fé, enfim. Parece que é mesmo, tempo de crise.

Eu não gostava nada dessa palavra, CRISE, então eu a substitui pela palavra: Faniquito ( crise de ataque nervoso sem razão aparente). Logo eu não tinha crises, tinha faniquitos. E Faniquito engloba tudo, desde uma angústia sem explicação até as crises de coração acelerado.

Porém chegou o dia que eu reconheci que estava tendo uma crise. A crise que me levaria a cura.

Engraçado( hoje), que a pior das crises nos impulsiona para a cura, antes ela pode nos causar muito sofrimento. Mas é ela que nos obriga a buscar algo melhor.

Eu sempre fui extremamente ansiosa ( ênfase, porque a ansiedade já era um transtorno) muito pensativa ( aliás tenho a sensação de que ninguém pensa, tanto quanto eu) e sempre tive dificuldade para me expressar, internalizava tudo. Explodia por dentro. E isso não é nada saudável.

Meu corpo dava sinais de que não estava bem; falta de apetite ( muitas vezes eu só tomava café da manhã), desânimo, cansaço, ombrons inchados ( Tensão), dores musculares, dificuldade para dormir, tristeza, e por fim porém nada menos angustiante faniquitos ( taquicardia), estava tendo várias crises de coração acelerado.

Mas ignorava tudo isso! Ignorava todos os sinais. Não queria enxerga - los. Eu esperava que, em um belo dia, como mágica tudo melhorasse. Vai passar, Vai melhorar. Era o que eu pensava. Era como um monstro maior do que eu, que se eu ficasse bem quietinha passaria por mim e ia embora. Mas não, não era um mostro era um parasita, que se instalava cada vez mais e não vai embora sozinho é preciso expulsa-lo, logo, antes que ele se hospede de vez. No meu caso, o parasita estava consumindo meu emocional, e eu tive a pior das crises. A crise que me levaria a cura.

Uma hora a gente vai atrás da cura nem que seja depois de muito sofrimento ou mesmo que a gente não vá, alguém nos leva até a cura, o que foi o meu caso.

Antes de falar sobre a pior das crises, é preciso dizer que mesmo não estando bem emocionalmente, eu fingia que estava e me esforçava muito para parecer estar bem, era sempre muito sorridente, extrovertida, fazia graça de tudo. Essa era a minha máscara.Afinal, com um sorriso no rosto e fazendo graça de tudo, quem irá dizer que não estamos bem? funcionava. Funcionou, durante um bom período.

Até que chegou o tempo que as minhas forças para fingir acabou, eu saia com os amigos ou ia na casa dos parentes, sem a mínima vontade de ir.

Eu me esforçava muito para me socializar e vencer a minha vontade de ficar em casa. Mas eu vencia, eu saia, eu conseguia( com muito sofrimento), no entanto, antes de ter a pior das crises, recusei alguns convites para sair ( dando algumas desculpas), desmarquei por duas vezes um compromisso em cima da hora. Assim arrumada. Pronta pra sair. Mas foram só duas vezes. No meu entendimento isso ainda era super normal. Eu só estava cansada, desanimada.

Por muitas vezes chegava atrasada aos compromissos, pois sair de casa ficava cada vez mais difícil, me invadia a vontade de não ir, coração acelerava, mãos suavam e quando eu finalmente conseguia reunir forças para sair, tinha que pensar na desculpa perfeita para justificar meu atraso.

Antes e Depois Da TerapiaWhere stories live. Discover now