Retrospectiva

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"Os grandes feitos são conseguidos não pela força, mas pela perseverança."
Samuel Johson

O ano de 2015 foi o ano em que eu mais me perdi de mim.

Foi um processo não sei quando teve início mas foi em 2015 que tudo piorou.

Posso classificar 2015 como o ano mais difícil da minha história, até aqui.

Eram dores pelo corpo, era fuga da realidade, era cansaço físico e emocional. Eram dores de cabeça, eram horas de insônia. Era não ler nem sequer um livro ( que eu tanto gostava) era não ter animo para sair, ter sono e não conseguir dormir.

Era não gostar de fazer, nada do que antes eu gostava de fazer.

Era não viver, era somente se perder.

Era ansiedade era falta de tranquilidade. Era choro contido, era sorriso sofrido. Eram náuseas ao sair de casa, era coração acelerado.

Sem compasso!

Os faniquitos me atormentavam a alma. O que estaria acontecendo comigo? Eu não saberia dizer!

Eu não sabia o que fazer!
Era desespero chegando no meu ser, cada dia mais.

Era medo do que estava acontecendo.
Era medo de sair de casa e passar mal.

Era medo de que alguém percebesse.
Era medo do medo que estava tão presente no meu dia a dia.

Era mentir para não ter que sair.
Era dormir para descansar e acordar cansada.

Eu só queria esconder de todos tudo iss a fim de que essa "fase ruim" passasse sem que ninguém percebesse.

Mas não passou. Piorou. Cada dia um pouco mais. Cada dia um pouco menos de mim.

Eu me perdi.
Não me reconhecia mais.
Só vivia para disfarçar o incomodo que era viver.

Quanta vontade de morrer eu tive. Seria melhor do que viver assim. Todo dia. Dia após a dia e nada melhorava só piorava.

Que tortura.
Acabou o ano de 2015 mais os males permaneceram comigo e o medo de surtar aumentando a cada dia.

No início de 2016 uma crise de choro, um medo assustador de fazer uma simples viagem me encaminha pra uma sessão com uma psicóloga.

Não foi nada fácil aceitar esse apoio, assumir que eu precisava de ajuda.

Eu não conseguia reconhecer que  estava tão mal. Acostumada com o incomodo que me era viver; ter náuseas ao sair e não conseguir dormir era o meu estar "bem".

Isso já fazia parte de mim!
Os faniquitos coração acelerado era uma questão de costume, afinal o médico mesmo me disse que meu coração estava ótimo. Eu não morreria disso.

Então, sou forte para viver. Eu suporto. Uma hora passa. Não?

Não.

Eu precisava de ajuda.

Eu? Que sempre ajudava os demais. Eu que sempre sabia que o fazer. Como me permitir ficar tão mal?

Ir para terapia era o fim. Eu não imaginava que era apenas o fim do fim, para ter início a minha restauração.

Cheguei com tanta resistência, não querendo tratamento, não acreditando na mudança.

Não foi fácil. Doeu olhar pra dentro de mim e encontrar tanta bagunça.

Doeu descobrir que eu não me conhecia, que eu me maltratava.

Doeu, olhar pra dentro.
É preciso muita coragem para mergulhar dentro de si e reconhecer que esse mergulho é tão necessário quanto o respirar.

Antes e Depois Da TerapiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora