Faniquito

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"A voz do inconsciente é sutil, mas ela não descansa até ser ouvida."
Freud

Não sei dizer ao certo o que me aconteceu, mas algo me desencadeou a ansiedade. Talvez ter descoberto que eu não acreditava em mim mesmo, talvez a falta que eu estava sentindo da terapia, pois minhas sessões eram de quinze em quinze dias, e eu estava com medo de ficar dependente pois se antes não queria fazer, agora eu esperava ansiosa para o dia da minha sessão. Ou talvez fosse até mesmo já estar colhendo os pontos positivos do meu processo terapêutico, enfim eu não sabia dizer ao certo o que estava acontecendo comigo.

Mas meu coração voltou a ficar acelerado e isso me assustou, me desanimou. Afinal de contas, tudo estava indo bem.. Por quê isso agora?

Comentei com minha amiga Ivone que estava faniquitando, ela me aconselhou a mandar mensagem para minha psicóloga, mas eu não queria, a sombra da exigência ainda estava sobre mim e eu não queria ter que mandar mensagem para ela.

E não mandei.

Essa era uma dificuldade muito grande, eu guardava tudo para mim ao invés de desabafar, talvez uma conversa com ela teria me ajudado e muito, mas minha resistência me afastou do meu próprio bem.

Eu lutava contra mim, não jogava ao meu favor, na minha cabeça ainda era sinônimo de fraqueza precisar da minha psicóloga. Eu queria me virar sozinha. E com isso, meu emocional se abalava.

Antes da minha próxima sessão Faniquitei algumas vezes, crises de coração acelerado, eu respirava fundo e tentava não me desesperar mas isso estava me preocupando. E não saber a razão, me deixava muito irritada.

O coração acelerava mas logo passava, porém me deixava com o desânimo para fazer companhia.

E eu, não conversei com minha psicóloga sobre isso até chegar o dia da sessão.

Faz parte do tratamento comunicar - se com seu psicólogo fora do consultório, claro que não será uma sessão pelo Whatsapp, mas um esclarecimento, um apoio, um animo, ou até marcar uma sessão extraordinária, pode ser bem benéfico para saúde emocional.

Mas eu queria falar sobre isso somente no dia da minha sessão. Porém antes que ela chegasse o faniquito apareceu novamente e em grande intensidade.

Eu estava tomando banho, meu coração acelerou, senti tontura, fraqueza e tive que sair as pressas sentindo - me muito fraca, assustada e triste.

Ora o banho até então era um excelente calmante, será que nem no banho mais, terei paz?

Será que irei piorar? As crises irão voltar? Porque isso agora?

Sentindo - me muito tonta e com o coração ainda acelerado eu deitei na cama e disse para minha irmã:

- Estou passando mal!

-Manda mensagem pra sua psicóloga- Ela disse -me e pede um remédio para ela.

Eu não tinha nem forças para dizer que psicóloga não receita remédios, apenas respondi- que não mandaria mensagem para ninguém.

E tentava entender, a razão dessa crise.

Angustiada com meus pensamentos e com o coração ainda acelerado, pensei que precisava distrair a minha mente, para não me desesperar e acabar tendo uma crise de pânico.

Mas como fazer isso?

A essa altura eu já estava com vontade de chorar e segurei (Só para recordar que não é nada aconselhável e que é um ótimo benéficio chorar, para liberar as emoções como falamos no capítulo anterior).

Antes e Depois Da TerapiaWhere stories live. Discover now