Encontre um ponto de equilíbrio

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A porta de saída da autocrítica é a aceitação, que serve como uma ponte entre a mente e o coração.
Trecho do livro: Antes identidade da alma.

No ponto de ônibus, angustiada com meus pensamentos e cobranças resolvi ir para casa. Meu coração estava acelerado e eu estava super aflita com medo de que as pessoas percebessem que eu não estava bem.

A sombra da exigência me sufocava sai atordoada e quanto mais eu pensava mais identificava o quanto eu era exigente, essa sessão me deixou muito mal.

E aqui falo um ponto importante de se fazer terapia, nem todos os dias são bons, para alcançar os excelentes resultados se sofre, pois para curar precisa mexer na ferida. É necessário tornar consciente o que precisa ser mudado e esse não é um passo fácil, por essa razão muitos desistem ( vou pra terapia para ficar pior?) Não preciso disso. Sim você precisa! É o processo para a cura. Para cicatrizar a ferida é preciso trata - lá e isso pode doer um pouco, porém é necessário.

Neste dia eu tive crise de faniquitos ( coração acelerado) tive vontade de chorar e segurei ( só pra lembrar que não é aconselhável)não foi um dia fácil.

Lembro que quando cheguei perto de casa senti-me aliviada por estar chegando em meu lugar seguro, comprei chá de Camomila e uma pequena barra de chocolate na intenção de acalmar toda minha tensão.

Fiquei feliz em chegar em casa mas estava muito aflita. Tomei um bom banho e parecia que eu tinha sido atropelada por um trator de tanta dor no corpo.

Me senti totalmente desequilibrada, angustiada e cansada. E os pensamentos começaram a me maltratar: Como irei melhorar essas exigências e cobranças? E tantas outras coisas que nem é consciente ainda? Senti-me tão desanimada que não me importava mais em simplesmente abandonar a terapia.

Não queria mais ver minha psicóloga, queria fugir dela. Na realidade não era fugir dela, era fugir de mim mesma, fugir da minha verdade, fugir do meu Eu interior.

Eu queria apagar essa sessão da minha memória, fingir que nada tinha acontecido e seguir a vida, com minha cegueira emocional.

Porém o que se torna conhecido jamais voltar a ser desconhecido. Não
adiantaria fugir, a bagunça interior permaneceria sempre comigo, então o que fazer com todas essas cobranças e exigências?

Fugir, negar, esconder o problema não faz com que ele não exista. O remédio é enfrentá - lo. Era preciso explorar toda aquela bagunça interior.

Mas não foi fácil aceitar tudo isso, eu me sentia fraca por precisar de ajuda, eu me sentia mal por não conseguir sozinha, me sentia desconfortável, era muito estranho, era muita novidade. O resultado foi faniquito. Quanto mais eu pensava, mais eu faniquitava.

Coração acelerava e acelerava.

Depois de tomar chá de Camomila tentei dormir. No dia seguinte comentei com minha amiga Ivone que tinha ficado muito mal no dia anterior. E ela me orientou falar com  a Patrícia,mandar uma mensagem.

Claro que eu não mandei. Não queria de jeito nenhum demonstrar mais "fraqueza".

E tudo isso só gerava sofrimento, eu não dividia o peso das minhas dores e por essa razão sofria tanto já não suportava mais esse peso. É preciso dividir, desabafar. Eu sempre quis esconder minhas fragilidades e elas estavam me sufocando, me deixando cada vez mais doente.

Resolvi então assumir que precisava de terapia para lidar com a minha exigência( tipo, só isso que preciso trabalhar).

Mas como sempre, razão e emoção não estavam dispostas a entrar em acordo. Racionalmente eu sabia que precisava de terapia, mas emocionalmente eu não queria ir, era ruim sentir o que eu estava sentindo, e eu ia me sabotar, desistir. Tudo me parecia muito difícil.

Antes e Depois Da TerapiaWhere stories live. Discover now