4. Não Dá pra Gostar de Você

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"Because if it's not love
Then it's the bomb, the bomb, the bomb
The bomb, the bomb, the bomb, the bomb
That will bring us together"

Ask - The Smiths

18 de julho de 1996.

Duck, Carolina do Norte.

Taylor.

_ Vamos?

Isaac entrou no quarto fazendo um estrondo, enquanto eu acabava de vestir o shorts de praia.

_ Nunca achei que esse dia fosse chegar.

Meu irmão jogou a bola de vôlei que trazia pra cima com uma das mãos e a pegou de novo.

_ Chamei a Bree pra jogar também.

Fechei a cara na hora.

_ Você só pode estar de brincadeira.

A verdade é que, se não fosse pelo Ike, nada daquilo teria acontecido. Se ele não tivesse me zoado tanto anos antes por ter brincado com a Bree na praia, falando que ela era minha namoradinha sem parar durante dias. Se ele não tivesse continuado com essa idiotice assim que pisamos em Duck e ele viu a menina na varanda, talvez eu não tivesse ficado incomodado. Se não tivesse ficado incomodado, eu teria cumprimentado Bree e ela não teria feito o que fez.

Se tinha uma coisa que eu tinha certeza era que era Sabrina a responsável por me embebedar naquele jantar. O que, sinceramente, teria sido extremamente engraçado se eu não tivesse vomitado na frente da minha mãe, que, por sua vez, me deixou de castigo por cinco longos dias. Dos meus dez dias na praia, Bree tinha se encarregado de jogar cinco no lixo.

O pior de tudo era que ela me deixava nervoso. Eu achava ela bonita de um jeito que formigava um pouco meu cérebro. E tinha medo dela porque ela dizia coisas que eu não entendia direito. A combinação fazia dela uma chata completa. Não precisava nem se esforçar.

Quando Ike começou com essa coisa de namoradinha, parte de mim achou legal. Outra parte quis mostrar que não se importava e que se incomodava bastante com a ideia. Então, resolvi ignorar as tentativas dela de falar comigo. O tiro claramente saiu pela culatra. E naquela hora eu estava com a maior birra do mundo.

Além da raiva pela pegadinha, eu estava muito irritado com uma meia amizade entre Bree e Isaac, que era velho demais pra ser amigo dela, aliás.

_ A menina é legal. Você que resolveu implicar com ela.

Ele realmente só podia estar de brincadeira.

_ Você me enche o saco com essa história de namoradinha desde aquela vez! Aí ela faz aquela porcaria comigo - Ike começou a rir e eu joguei um travesseiro nele. _ Não tem graça!

_ Você sabe que tem, sim! - ele riu ainda mais.

_ Eu estou saindo do castigo só hoje! Tive que prometer pra mãe que não vou mais beber. E eu nem bebo!

Minha mãe, claro, se apaixonou pela Bree. Não importava o que eu dissesse, ela não acreditava que aquela demoniazinha de olho verde tinha sido capaz de fazer algo desse tipo comigo.

Castelos de AreiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora