15. Entregue (+18)

198 20 156
                                    

"Turn it on
Turn it on, you turn me on
Slow down my beating heart
Slowly, slowly love"

In a Little While - U2

4 de julho de 2000.

Duck, Carolina do Norte.

Taylor.

Quando sugeri a Bree, fazendo graça obviamente, que contasse à minha mãe de sua traquinagem comigo anos antes, não achei que ela fosse de fato embarcar na brincadeira. Porém, naquele momento, algo me dizia que era exatamente isso que ela estava prestes a fazer.

Desde a noite anterior, chovia bastante, o que significava que provavelmente teríamos um 4 de julho molhado, com churrasco no quintal sob uma lona e talvez com menos fogos de artifício e sem uma fogueira na praia. Nada daquilo me importava, porém.

Inalei o aroma úmido e salgado da costa e toquei a ponta do seu indicador com o meu, um roçar de impressões digitais.

Bree tinha aceitado ser minha namorada. E como bônus eu tinha visto ela inteira nua, que cena linda. Ainda me assustava um pouco pensar que em nada tinha me incomodado o fato de não termos conseguido transar. Tinha duas explicações para isso. Primeiro, parte de mim gostava de pensar que eu seria o primeiro dela. Depois, por mais incrível que pudesse parecer, só estar ao seu lado _conversar, ouvir sua voz falando coisas inteligentes e beijar aquela boca desgraçadamente bonita_ era suficiente para mim.

Quem te viu quem te vê, diriam os caras. Para quem, inclusive, eu estava ansioso para contar que estava oficialmente fora do mercado. Quem era a escolhida? Isso mesmo. A garota mais incrível daquela cidade no verão.

Ela tinha me pedido um tempo para contar para sua mãe. Achei justo, no fim das contas. Queria que ela acreditasse quando eu dizia o que sentia por ela. E aparentemente ela agora tinha entendido. Bree também pediu que eu tentasse controlar o ciúme, mas acho que isso já era demais. Ela era a pessoa mais esperta que eu conhecia e, ainda assim, não entrava na sua cabeça que chamava atenção de todo mundo.

A festa do feriado estava acontecendo na minha casa. Minha família e a dela, reunidas no 4 de julho, como fazíamos já desde sei lá quando. Ike tinha chegado à cidade poucas horas antes (ele era um universitário ocupado agora), eu estava animado aquele dia.

Bree chegou logo depois, com Justine, o padrasto e Martha. Estava ainda mais linda do que eu lembrava da noite passada, se é que isso era possível. Mas o que mais me chamou a atenção foi um ar de presidente da nação, uma convicção tão aguda, que arrumei meu cabelo e minha roupa instintivamente quando nos olhares se cruzaram.

O que essa demoniazinha está tramando?

Bree entregou um pote enorme com doce de chocolate à minha mãe e a abraçou, depois cumprimentou um por um todos os membros da minha família, demorando-se um pouco mais em Isaac com quem fez uma pequena festinha de reencontro. Quando se aproximou de mim, já estava enfeitiçado. Mas Bree não acenou ou deu um tapa no meu ombro como sempre. Ela escorregou a mão pelo meu pescoço até a minha nuca, arrepiando um total de 4397 pelos do meu corpo, e beijou meu rosto, tão perto da boca que fiquei imóvel. Será que ela tinha contado para a mãe dela? Procurei Justine com o olhar e, a julgar pela cara de inimizade que ela tinha, tudo continuava na mesma. Então, o que caralhos Sabrina estava fazendo?

_ Oi, lindo. - ela disse no meu ouvido.

O que quer que fosse, eu realmente não me importava. Pra mim, estava tudo bem.

Então, em mais um movimento inesperado, entrelaçou seus dedos nos meus. A calor da sua mãozinha na minha me dava confiança, mas ela certamente tinha um plano. E ele claramente estava conectado à toda a segurança que Bree exalava naquele momento.

You've reached the end of published parts.

⏰ Last updated: Mar 17, 2019 ⏰

Add this story to your Library to get notified about new parts!

Castelos de AreiaWhere stories live. Discover now