Entre o céu e o inferno - A gênese do fim

Capítulo XV - Matheus e Daniel no Jardim do Éden

Passadas as horas, e a ansiedade levaram com que Matheus e Daniel estivessem em frente ao Éden antes mesmo de suas portas se abrirem. Esperaram por mais algumas horas, mas ambos não tinham visto nenhum sinal de Amanda e quando o véu da noite encobriu por completo a cidade, decidiram entrar e aguardar lá dentro. Mas quando estavam diante da porta, Matheus parou deixando Daniel dar uns passos a sua frente antes de estranhar e parar também.

"Matheus?"

"Acho melhor eu não entrar". Disse ele.

"Entendo, ela fugiu de você. Deixa comigo, eu converso com ela primeiro e quando explicar a situação eu lhe chamo, o que acha?" Falou Daniel seriamente.

"É o melhor a se fazer. Ficarei em seu carro. Se cuide". Matheus disse dando meia volta e andando na direção do carro de Daniel estacionado do outro lado da rua.

"Ok, até mais..."

Matheus não tirava Amanda da cabeça, os sentimentos lhe eram confusos. Talvez fosse apenas curiosidade porque ela sabia de sua natureza coisa que nem ele sabia ao certo, e respostas era tudo o que ele queria. Permaneceu sentado no carro olhando para as cicatrizes em seu pulso e depois para o bar de dois andares chamado "Jardim do Éden".

"Por quê?" Ele perguntou a si mesmo referendo-se ao nome do lugar.

Daniel havia entrado, mas demorou algum tempo até chegar ao balcão, Pois, ao procurar Amanda nas mesas, observou o lugar. As mesas iluminadas com velas, as grandes janelas com cortinas vermelhas, pilastras enfeitadas artisticamente. As obras de arte eram encantadamente atraentes; Era impossível ficar indiferente. Os quadros, as esculturas e a musica erudita do rapaz de cabelos volumosos e barba por fazer que estava cantando junto ao violão do amigo de mesmo estilo, eram relaxantes.

"Olá, boa noite. Eu procuro uma garota chamada Amanda, ela esteve aqui?" Daniel chegou sentando-se em um dos banquinhos vazios no balcão.

O homem moreno de aspecto cigano olhou para Daniel inicialmente desconfiado, mas o rapaz naturalmente era carismático e não lhe pareceu errado ajudá-lo.

"Conheço algumas "Amandas", mas só uma costuma fazer apresentações aqui. Seria esta que procura?"

"Bem, isso eu já não sei. Ela parece com aquela mulher do quadro ali, só que mais jovem, talvez uns vinte anos". Disse Daniel apontando para o quadro na parede que tinha a imagem de uma mulher tocando piano.

"Então é ela mesma. Amanda toca violino aqui nas noites de quarta e algumas vezes na sexta". O homem falava passando um pano no balcão.

"Hoje é sexta, ela deve vir então?"

"Eu disse "algumas sextas". Hoje não é o caso, temos a apresentação dessa banda que está ensaiando no palco".

"Que chato. Então não vou vê-la?"

"Bem, hoje aqui fica bem cheio. Em umas duas horas, lá para as dez, vai ter muita gente, Amanda com certeza vai estar aqui, aproveite o "Éden" enquanto isso". O homem disse abrindo os braços como que dando as boas vindas em nome do lugar.

"Há, há , claro! Não vai ser cansativo esperar, é um lugar bastante agradável". Comentou Daniel sorrindo.

"Tenha certeza rapaz! Por hora aceite um "Drink" por conta da casa. O que quer?"