Capítulo 11. 🌲🔥🌲

1.9K 319 105
                                    

EU NÃO SABIA QUE ESTAVA IMERSA EM ALGO, ATÉ QUE OS SINAIS CHEGARAM ATÉ MIM DE UMA VEZ

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

EU NÃO SABIA QUE ESTAVA IMERSA EM ALGO, ATÉ QUE OS SINAIS CHEGARAM ATÉ MIM DE UMA VEZ. De repente parecia que uma infinidade de coisas estranhas estavam apenas esperando que eu despertasse para que pudessem se levantar e vir ao meu encontro.

Alguns dias se passaram, tensos e estranhos. A vida no vilarejo parecia ter voltado à sua normalidade. Ao menos, as pessoas andavam livres, com medo em suas expressões e até mesmo no modo como conversavam, mas já não estavam enfurnadas em seus lares a espera de um ataque vindo da Floresta. O ataque maior, como todos esperavam ou até mesmo pareciam desejar, não aconteceu. Depois de algum tempo, meus pais deram-me permissão para sair de casa, com a condição de não me meter em encrencas. A regra para todos era de que jamais somente uma pessoa deveria ir até a floresta sozinha. E isso incluía até mesmo o rio Nê. O padre Jiuse, em uma de suas missas, utilizou de toda a sua influência para convencer a todos que qualquer comportamento suspeito deveria ser denunciado imediatamente à igreja. Pode parecer estranho, e isso me tirou muitas noites de sono, mas houve um momento em que ele falava sobre comportamentos suspeitos e pareceu olhar diretamente para mim. Eu estava sentada ao lado de Rivana, éramos as duas primeiras no banco mais próximo do pequeno altar e havia mais duas senhoras ao nosso lado. Isso fez meu sangue esfriar como se aquele olhar derramasse sobre mim uma avalanche. Tentei disfarçar, mas enquanto ele me encarava, eu também investia o meu olhar contra ele. Vi suas sobrancelhas cerradas em uma expressão dura e tensa, e ele parecia querer que eu curvasse a cabeça, desviasse o meu olhar. Eu não fiz isso. Então ele olhou para outra direção. Notei também certo nervosismo raivoso em seus passos e gestos com as mãos depois disso. Essa foi a primeira coisa estranha que me aconteceu nesse dia.

Ainda na missa, fora anunciada de forma muito breve, que receberíamos visitantes. Trinta e um homens. O padre Jiuse deixou claro que todos os moradores deveriam ser hospitaleiros e gentis, que isso seria por uma causa nobre. A agitação e os olhares de dúvida se espalhou por todos que estavam presentes. Encostei minha cabeça no ombro de Rivana e cochichei:

— Se tem como eles entrarem, há como sair!

Ela ficou muda. Apenas olhou para mim e deu uma piscadela. Olhei para os fundos da igreja e pude ver que Uggo estava presente, sua mãe estava aparentemente melhor e sentada ao lado de outras pessoas. Acenei para ele enquanto o burburinho de vozes e pessoas agitadas não era apaziguado, que retribuiu. Nesse momento, o sr. Viggor levantou de onde estava, sua figura imponente fez com que aos poucos, as pessoas fossem se silenciando ou repreendendo aqueles que ainda cochichavam diante da notícia. Ele fez mensura diante do padre, beijou sua mão e subiu ao altar.

— Façam silêncio! – já havia silêncio suficiente para que se pudesse ouvir até mesmo as respirações tensas. — O que acontecerá nos próximos dias será de fato, algo que jamais presenciamos neste vilarejo. Minhas palavras, nesse momento, serão breves. Mas, em poucos dias, receberemos um auxílio importante e necessário para as trevas que estão se assolando sobre o nosso vilarejo.

Além da Floresta | Versão Wattys 2020Onde as histórias ganham vida. Descobre agora