Terracota

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Notas:

Dei meus pulos para atualizar porque é meu aniversário essa semana e não queria ficar sem conviver com meus amores.

Então faço questão dos parabéns viu?

Comentem bastante para me dar material de felicidade ao longo do mês.

Amo vocês.

"A cadeira do Van Gogh".

Quadrozinho arteiro aquele.

Gerava frases de que seus observadores de primeira viagem depois se arrependiam.

Não faziam por mal.

Era difícil entender sua maestria de imediato.

Os girassóis também não eram desvendados com facilidade, mas não causavam tanta surpresa.

Flores eram decorativas...

Mesmo sendo um quadro revolucionário sobre uma planta, as pessoas não sentiam a mesma estranheza.

Exaltar uma cadeira já era ir longe demais.

Sempre que ela passava na sala 43 não resistia em comentar sobre ele com alguns visitantes.

Gostava de encontrar o brilho nos olhos das pessoas quando compreendiam os motivos que faziam daquela pintura uma obra de arte.

Hoje, um aspecto em especial estava lhe saltando à mente.

O tema.

Aquela cadeira fazia par com outra.

Van Gogh idealizara duas pinturas de assentos.

Uma que representasse ele, direcionada para o lado direito do observador.

Outra que representasse seu amigo, direcionada para o esquerdo.

Ambos conviveriam no cômodo da parede das imagens, em companhia mutuamente escolhida.

Cadeiras.

Ganhavam outro significado em duplas.

Quem nunca havia se imaginado numa poltrona daqui a 50 anos e refletido sobre quem gostaria que estivesse ao seu lado?

Cadeiras levemente viradas uma para a outra.

Como se o entretenimento fosse o prazer de estar em presença da mente alheia.

Sentiu seu suspiro antes de ouvi-lo.

Não evitaria caminhar por onde seus pensamentos sussurravam para ir.

Como crianças no parque suplicando para serem permitidos a visitar aquela árvore colorida...

Queriam imaginar a versão de Lauren da cadeira.

Tiraria o laranja que lembrava os cabelos do pintor.

Entraria...

O verde.

Assistira naquela semana a um documentário sobre o oceano.

A câmera mostrara o ponto de vista de um mergulhador, enquanto nadava em direção à superfície.

A tela fora preenchida por um verde oceânico, com um pouco de luz solar refletida.

Era o tom dos olhos da advogada.

O material e manuseio do objeto também haveria de ser mudado...

Ela não era simples.

Nem torta.

Tinha vigor e postura e um certo refinamento.

Não econômico, por céus... se fosse associada com isso era capaz de enraivecer.

Modulação PolicromáticaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora