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{Quenya}
Aiya
Saudação/Olá

▪︎☆▪︎

(Capítulo revisado)

Legolas foi para o único lugar em que acreditava ter tranquilidade o suficiente para colocar suas ideias em ordem. A floresta que ele tanto amava se fortaleceu depois da derrota de Sauron, estava mais verde, ainda assim ela nunca voltaria a ser como séculos atrás.

Andando por ela Legolas se perdeu em pensamentos.

"Já passei pelos piores treinamentos, lutei contra inimigos, protegi o reino e nunca passei de mais um soldado. Agora para agradar meu ada/pai terei que me casar sem amor? Será esse meu destino?"

O príncipe saiu de seus devaneios quando ouviu a cantoria dos pássaros dando mais alegria a floresta. Ele se deparou com uma grande árvore de galhos largos que dançavam junto ao vento e então por ela subiu.

Chegando ao topo ficou maravilhado com a visão que teve. O sol já se escondia e com ele vinha uma revoada de borboletas que se preparavam para mais um anoitecer.

"Todos os seres são livres para escolher seu próprio caminho, seja ele qual for." - Barbárvore lhe disse uma vez.

Voltou ao castelo decidido. Ao passar pelo portão foi interceptado por Feren.

- O rei lhe aguarda para o jantar. - O elfo de cabelos castanhos disse, depois fazendo uma reverência.

Legolas primeiro foi ao quarto, demorando-se no banho enquanto pensava sobre seu pai. Thranduil era um elfo misterioso, amargurado e poucos sabiam do porque de tanta frieza, mas Legolas sentia que era algo relacionado a sua mãe.

Wilwarin...

Seu nome. Era uma das poucas coisas que o príncipe sabia sobre sua mãe, naquele castelo pouco se ouvia a respeito da falecida rainha.

Quando decidiu seguir para o salão de jantar encontrou seu pai já em seu aguardo.

O jantar seguiu silêncioso até que Thranduil comentou:

- Enviei um convite para Lord Adolf e sua filha convidando-os para passarem uma temporada em nosso reino, conhecer nossos costumes, tradições e para que você conheça melhor sua futura esposa.

- Pensei que este assunto já estivesse encerrado. - Legolas disse bebendo de seu vinho.

Thranduil o ignorou - Os conselheiros estão ansiosos para conhecer a futura princesa de nosso reino.

Legolas cerrou os punhos e os bateu sobre a mesa fazendo com que o vinho do rei se derramasse.

- Porque não pode respeitar minhas decisões? É muito difícil levar meus sentimentos em conta?

- Chega de bobagens, a decisão já foi tomada. Você vai se casar! - Thranduil disse firme.

Legolas olhou nos olhos de seu ada/pai oferecendo-lhe um sorriso sarcástico enquanto se retirava do salão - E existe casamento sem noivo?

Os corredores estavam cheios de súditos que por ali passavam para armazenar alimentos já que o inverno se aproximava. Todos pararam quando viram o príncipe passar por eles seguido por Thranduil.

- Volte aqui seu irresponsável! Quem você pensa que é para deixar o rei falando sozinho?

- Eu sou aquele que defende esse reino com unhas e dentes e que daria a vida por esse povo! - Legolas encarou Thranduil.

- Não fez mais que sua obrigação, afinal és o principe, esse é seu deve!

Thranduil percebeu os olhares de espanto dos elfos que estavam por ali e com sua audição afiada ouviu um leve buchicho sobre sua postura, um rei não deveria discutir perto do povo, não daquela forma.

Aquela situação não poderia ficar embaraçosa, Thranduil se virou para os sentinelas.

- Levem-no para os aposentos.- Ele virou-se para o filho que o olhava estático.

- Vai ordenar que me arrastem? - Legolas trincou o maxilar, tenso e raivoso. Os sentinelas vinham em sua direção prontos para cumprir as ordens do rei.

- Me parece necessário.

- Eu conheço o caminho - Legolas disse passando pelos sentinelas, seguindo rumo as masmorras. Thranduil apenas respirou fundo se retirando.

Presenciar Thranduil desfazer de seus sentimentos era demais, ia muito além do casamento arranjado, eram séculos de indiferença.

Os sentinelas montaram guarda em frente o aposento do príncipe e todos estavam cabisbaixos, a maioria deles eram soldados do príncipe nas expedições, mas agora teriam que o manter trancado dentro do quarto.

- Sentimos muito, mas são ordens do rei - Disse um deles.

Legolas preferiu ignorar.

•-•-•-•

Feren acompanhava Thranduil durante o trajeto, nenhum guarda ou serviçal ousava encarar o rei, não naquele momento.

Thranduil entrou no escritório e não demorou a pegar uma cadeira e arremeça-lá pelo cômodo.

Feren se assustou com repentino ataque de fúria do amigo.

- Como Legolas pôde fazer tamanha afronta me contradizendo perante os súditos? Será que ele não percebe que é para o bem dele?

Feren encarou o amigo, sabia da relação conturbada do rei com o filho - Força-lo a algo não vai fazer com que tudo se resolva, sabe disso.

•-•-•-•

4 dias depois

Legolas olhava as paredes de seu quarto, os minutos passavam devagar e ele se perguntava quando Thranduil desistiria daquela situação. Seria engraçado dizer a alguém que o rei havia prendido o príncipe pela recusa de um casamento.

No quinto dia ele foi levado até o rei onde foi lhe dito sobre a chegada de sua pretendente.

Legolas olhou pela janela suplicante, havia paz no mundo, mas não em seu coração.

Estava tão frio e insensível com os outros que se afastou, preferia assim. Olhando seu reflexo no vidro da janela viu, era tão parecido com seu pai, quase idêntico. Aos poucos se tornava frio e amargurado com ele.

Sua alma gritava por liberdade. Queria ter o direito de tentar, procurar por alguém que lhe mostrasse o significado de amar e ser amado.

"Sinto muito ada/pai. Minha alma precisa disso."

Ele decidiu então...

Namarië
Adeus/Tchau/Até logo

"O mundo não está em seus livros e mapas. Ele está lá fora!" - Legolas em O Senhor dos Anéis.

Próximo capítulo...

Destinos TraçadosWhere stories live. Discover now