Capítulo 17

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O andar de cima do restaurante era, naturalmente, menor do que o de baixo, com mais bancos unificados e acolchoados ao redor das mesas e sem estantes de livros, com uma ou outra decoração de diferentes tipos de borboletas, sem realmente quebrar monocromia do BUTTERFLIES sobre as luzes ambiente.

Após terem terminado de guardarem as cadeiras livres para depois limparem o segundo andar, Peeta acenou e sorriu para Navi no andar de baixo quando seus seus olhos se encontraram.

Em vez de correspondê-la, Navi apenas abaixou o rosto e se virou de costas para continuar o que fazia limpando o balcão de bebidas. 

Foi difícil não sentir uma pontada dolorida no peito por isso. 

Mesmo que Peeta soubesse que Navi não estava olhando para ela desde o começo. Olhava para Naevia ao seu lado, e talvez nem tenha notado a garota loira acenando para ele. Já deveria ser a terceira vez que a tentativa de comunicação amigável de Peeta era cortada pela metade, e ela estaria mentindo se dissesse que não se sentia preocupada.

Só não sabia o que fazer de verdade.

- É uma pena que eu não estava aqui 'pra ver você se apresentando no show de talentos. – a voz melodiosa e profunda de Naevia chamou a atenção de Peeta ao falar novamente, fazendo a garota olhar para ela. 

Naevia apoiava o baixo das costas sobre o parapeito do segundo andar do restaurante, usando um vestido branco curto e de saia rodada, com alças que seguravam o decote e se conectavam ao redor do seu pescoço, formando uma gargantilha. Por cima do vestido usava um casaco longo dourado e reforçado, com pelo falsa ao redor do capuz. Nas costas do casaco, existia uma silhueta negra de uma rosa aberta.

Naevia deu um sorrisinho quando seus olhos encontraram os de Peeta, e Peeta corou de leve com as mãos apoiadas sobre o parapeito. 

- Eu ia morrer de vergonha se você tivesse visto. – Peeta confessou baixinho, desviando os olhos. À frente das duas garotas, Airi e Mizu estavam sentades à frente de uma mesa enquanto riam ao perturbar um garoto de pele negra, olhos amarelos e cabelo roxo escuro e liso preso em um rabo de cavalo, que não podia ser mais velho que elus. Esse era Enzo, que trabalhava para Naevia assim como as borboletas, mas, diferente delas, ele trabalhava diretamente com a facção como um braço direito para Naevia.

- Pode até ser, mas eu tenho certeza que não ia deixar de se apresentar bem por conta disso. – Naevia retrucou facilmente, casual e sincera. Peeta voltou a olhar para ela, mas agora Naevia prestava atenção nas borboletas interagindo com Enzo. – Mas... Eu acho que tenho que admitir que fiquei surpresa em saber que decidiu se apresentar mesmo depois de só um ano. 

- Isso é tão incomum assim? – Peeta soou curiosa como sempre. 

- Você é a primeira a fazer isso. Então, sim, era um pouco incomum sim até então. O segundo ano de vocês no restaurante é sempre experimental. É o único jeito de saber se vocês não estão se comprometendo com algo que vão se arrepender depois. 

- Teve gente que desistiu? 

- Claro que sim, várias vezes. Eu não estaria ajudando ninguém se desistir não fosse uma opção. 

Peeta entendia isso perfeitamente. E entendia agora que desistir não era sinônimo de fracasso, e que por vezes desistir era a melhor solução que alguém poderia decidir por si mesmo em determinadas situações. Mas não entendia como alguém desistiria do restaurante e das borboletas. 

Talvez não conseguisse analisar de forma imparcial, já que sentia muito apreço e admiração pelo jeito que Naevia operava a própria facção desde o começo. Eram sentimentos que iam além da óbvia gratidão por ter sido resgatada, assim que se desenvolveram a medida que aprendia mais ali dentro com as borboletas e os outros membros. 

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