𝐬𝐞𝐯𝐞𝐧

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Megumi Fushiguro.

Estava olhando a área no 2° andar, não encontrava nada, quando ouço um som de explosão vindo do último andar, onde Mahina estava. Invoco meus cães vendo a asa da "borboleta" se apagar, na ponta uma linha azul me levava na direção onde ela deveria estar. Quando vejo já estava correndo.

Pelo visto, Nobara também veio rápido. Ao chegar no rumo da porta, paramos com os olhos arregalados e fixos em Mahina presa na parede, com um tridente feito de areia atravessado em seu estômago. Sangue pingava pelo seus pés. Ela nos avisa para não trocar na areia.

Sou impedido por Nobara, quando ela diz:

ㅡ Eu atraso a maldição, você vê como ela está. ㅡ foi em direção com os pregos e o martelo na mão.

O tridente de areia se desfez quando Nobara atacou o mesmo. Pego ela pelos braços antes de escorregar pela parede e cair no chão, a cabeça fica apoiada em meu ombro. Posso sentir o sangue escorrendo da boca dela aprofundando minha roupa...

A escoro na parede, apoio minha mão em sua bochecha, tentando a manter acordada. Pego em seu pulso, a pulsação estava fraca. Agora seu sangue estava em minhas mãos. O chão tremia, olho para trás e vejo Nobara lutando contra a areia.

Faço pressão contra o ferimento da barriga dela mas, mesmo assim não parava de sair sangue. Mando meus cães irem ajudar Nobara quando olho para trás. A cobra albina de Mahina chega rastejando por trás, tiro minhas mãos do ferimento quando vejo a mesma se enrolando contra o buraco na barriga. As escamas da cobra brilharam em um azul neon flamejante, dava a impressão de estar tentando fechar a ferida aberta.

Confirmo a pulsação novamente pegando em seu pulso, estava mais baixa que segundos atrás. Fico parado sem reação, quando a mão dela aperta a minha, uma, duas, três, quatro vezes. Um código morse que o Gojo nos ensinou. Deu uma pausa e apertou mais cinco vezes, foi a última coisa antes de sua mão ficar mole e cair.

Seu corpo estava escorregando da parede. "Eu já estou morta. Saia daí, antes que desmorone.", era o que o código dizia.

O chão tremeu de novo. As paredes estavam se rachando. Aproximo meu dedo ao seu nariz, não estava mais respirando... Mas a cobra continuava enrolada em seu corpo, brilhando cada vez mais. Me levanto e abaixo minha cabeça, fecho minha mão em punhos.

ㅡ Ei!ㅡ Nobara chega ofegante ao meu lado olhando para a mesma direção que a minha ㅡ O que vamos falar para o Gojo...?

A maldição manda uma rajada de areia. Não encolhemos com o antebraço protegendo a cara. Parto para cima da maldição, faço um gesto com a mão e o ataco com a ajuda de meus cães. Nobara fica afastada me dando cobertura de longe.

Consigo detectar suas fraquezas rapidamente. Me jogo no chão e deslizo por baixo de suas pernas pegando na katana que Mahina tinha deitado cair. As paredes estavam a um passo de desmoronar. Vou até o quarto onde ele deve ser saído, o piso tinha sumido, possuía um olho fechado.

Giro a katana com os dedos, coloco minha energia amaldiçoada ao dar impulso e cortar o olho em duas metades. Cortando o núcleo da maldição, um som irritante se faz ouvido. Ele tinha sido exorcizado pela arma da pessoa que matou.

O chão não só tremeu, como também começou a se desperdiçar. A maldição também era um pilar das paredes. Ouço Nobara gritando para sairmos logo, já estava esperando na porta. Me aproximo do corpo morto dela, a cobra do mesmo jeito de antes, e a cobra negra em tamanho pequeno enrolada no pulso.

Quando toco no corpo, estava começando a ficar gelado e pálido. A coloco em minhas costas, saímos depressa antes que desabasse na gente.

Voltando para a escola jujutsu, estávamos sendo recebido por Gojo e uma mulher ao seu lado, Yiu, mentora da Mahina n por dois anos. Seguro mais firme o corpo que estava caindo de minhas costas, suas expressões murcharam quando viu ela pálida e ensanguentada. Abaixo minha cabeça mais ainda.

Mahina Gojo.

Estava tudo escuro em minha volta, luzes vermelhas piscavam machucado meus olhos. Tento me mover mas estava acorrentada nos pulsos. A última coisa que lembro era eu apertando a mão de Megumi... Então devo estar morta.

Sentada sobre meus joelhos, tremia de frio. Me debatia mas as correntes nem se mexiam. Dou de ombros ao pensar que isso pode ser o pós-morte, não era isso que eu pensava ser.

Me agarro na corrente, meus músculos do braços se esticavam para diminuir a tensão. Aquelas luzes estavam me provocando uma dor forte, abaixo a cabeça pensando no meu irmão, como ele ficaria quando soubesse disso? Ter pedido seu amigo e tempo depois sua irmã... E Megumi? Ou até mesmo Nobara, que me viram morrer em sua frente.

Fraca. Fui morta de um jeito tão patético que, abaixei a guarda pro inimigo. Yiu ficaria com desgosto. Minhas cobras acharam alguém capaz delas... Não, não vou me abalar por isso, não irei morrer assim. Tenho tantas coisas pra fazer, nem descobri como posso evitar a execução de Itadori.

Eu vou voltar.

Olho para cima vendo de onde apareciam as correntes, mas era pura neblina negra. Balanço as mesma para ver no que dava, o fundo onde estava sentada, sumiu, me fazendo ficar pendurada pelos braços. Me balanço pra frente e pra trás.

Meu pulso já estava doendo. Paro de me mover quando ouço um estrondo, fico imóvel olhando para o profundo vazio do lugar. Vejo algo vindo em minha direção, não era algo, e sim, pedaços de vidros cortantes. Longos e profundos cortes por meu corpo, estou cortada e sangrando mais uma vez.

Sangue morno escorria pela minha testa. Tenho que me soltar dessas correntes, não sei onde devo cair. Mas, tenho que sair daqui, isso se tiver uma escapatória.

Me balanço de novo, já fazia minutos que estava na mesma coisa. Meu pulso doía além de estar vermelho, seguro com as mãos na corrente tentando sumir, algo queimou em minha mão me fazendo soltar. Se continuasse assim, meu pulso não iria aguentar e começaria a sangrar.

Respiro fundo fechando meus olhos, agarro novamente as correntes com mais força, não me importando de estar sendo queimada, fico sem me mover, completamente parada. Imagino algo fluindo entre minhas mãos, como por exemplo minha energia amaldiçoada.

Abro meus olhos e sinto a mesma sensação que senti, meus olhos mudando de cor, um enorme estrondo foi ouvido de cima. Um raio azul acertou as correntes me desprendendo. Agora estava despencando no profundo do que quer que esteja lá dentro.

Fui engolida pela escuridão, não tinha nada, nenhuma luz ou cor. Sinto o impacto de minhas costas contra algo gelado, água fria. Tampo minha boca depois que engolo um pouco dessa água, gosto de podridão invadiu preenchendo minha boca.

Minha pele ardia pela água tocando meus cortes. Mas, não poderia ficar pior. Já tinha morrido afinal, né...? Meu corpo queimava, sinto uma pontada na minha espinha. Estava perdendo as forças ficando mole, talvez eu ficasse a eternidade toda aqui.

Até que vejo a mesma maldição de chifres e cabelos vermelhos, nadando na água, sorrindo e rindo de minha cara.

Continua...

Confiem em mim que vai dar tudo certo.

𝐁𝐄𝐅𝐎𝐑𝐄 𝐈𝐓 𝐄𝐍𝐃𝐒, Megumi FushiguroWhere stories live. Discover now