The girl comprising

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Hey, meus amores! Como vocês estão? Eu queria agradecer a cada leitura, voto e comentário, vocês tem me feito muito fsliz com cada atitude e palavra, de coração! Espero que gostem e que possam me dar a opinião de vocês sobre o capítulo, sim?! Boa leitura!
TT: @lylasexual
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     Especulação.

     Substantivo feminino. Ação ou efeito de especular. Análise ou pesquisa teorica sem fundamentos empíricos; que se baseia, geralmente, no raciocínio abstrato.

     A ação de especular, de se deixar guiar por hipóteses criadas por um raciocínio exclusivamente seu, de buscar provas para uma verdade já desenvolvida em sua mente pertence a todos nós. No entanto, na maioria das vezes em que nos engajamos em uma especulação acabamos nos deparando com detalhes, situações e questões que derrubam nossa teoria.

     Se você pudesse fazer uma pergunta, apenas uma pergunta, que dissolvesse ou confirmasse sua maior e melhor teoria, o que você perguntaria? Como seu cérebro trabalharia para elaborar uma grande e única pergunta em uma grande especulação?

     A maioria de nós pensaria por horas e decidiria perguntar qualquer coisa que o fizesse sair como certo na situação, mas as grandes descobertas e os grandes acertos, em quase totalidade, foram consequências de inúmeras falhas e afirmações de que estava errada.

     Vejam a descoberta da cura de uma grave doença. Especialistas passam anos publicando que estiveram errados para, finalmente, depois de milhares de tentativas, conquistarem o tão esperado "eu estava certo".

     Mas não para ela. Não para a atrevida jornalista que compreende. Não para um cérebro que trabalha em um ritmo tão diferente. Não para alguém que lê além das linhas.

     Não ela.

     Diferente da maneira como as dezenas de jornalistas entraram na sala da entrevista coletiva, todos saíram em um silêncio constrangedor.  Constrangedor não para Camila, a responsável pela grande confissão e descoberta, mas constrangedor para todos os outros.

     Para os demais profissionais que não foram capazes de captar tal informação pela leitura, para a equipe da jovem escritora por não saber como reagir àquela situação, mas principalmente para Lauren que havia se retirado sem uma despedida correta, sem os agradecimentos e os anúncios finais. Para Lauren por, inacreditavelmente, ter sido descoberta de uma maneira que ela jamais julgaria possível.

     — Lauren? — a voz feminina próxima à saída fez a jovem escritora suspirar fundo, deixando sua cabeça pender para trás no encosto do sofá da pequena sala reservada para ela. — Você está bem? — a empresária prosseguiu deixando que seu corpo entrasse por completo no cômodo, dando a privacidade que elas precisavam.

     Ali elas não eram empresária e escritora, eram apenas amigas de longa data em busca de companheirismo.

     — Sim. — disse baixo escorregando seu corpo pelo estofado, ela não queria falar sobre isso, não agora.

     — Nós podemos soltar alguma nota, alegar que não passou de especulação, eu não sei... — fora interrompida.

     — Não. — abriu os olhos e encarou a mulher de estatura mediana. — Ela compreendeu, Lucy. — um suspiro doloroso deixou sua garganta, o coração de sua amiga apertando-se tanto com a imagem fragilizada. — Por mais doloroso que possa ser, céus, ela me compreendeu! — um pequeno sorriso escapou de seus labios e as mãos de Lucy confortaram-na pelos ombros.

     — Ela parecia tão acanhada, nunca apostaria que teria a audácia de fazer uma pergunta como aquela. — observou distraidamente.

     — O que será que ela terá a dizer sobre o meu livro? — alguns segundos em silêncio permitindo que ambas elaborassem em suas cabeças o que Camila poderia escrever. — Eu não consigo pensar em nada. — bufou. — Ela parece tão imprevisível, tão cheia de si e de certezas, não me soa como todos os outros críticos que vão escrever uma matéria sobre meu livro. Ela parece pensar diferente de todos eles, e parece tão certo. — Lucy havia aberto o navegador em seu celular e tentava, sem muito sucesso, encontrar alguma coisa sobre a jornalista jogando palavras soltas na barra de busca.

     — Eu acredito que Camila seja autónoma. — observou com o cenho franzido. — Não consigo encontrar nada, em nenhuma revista ou jornal, assinado por ela. — Lauren aproximou-se da empresária e tomou o aparelho celular de suas mãos.

     — Quando aquele senhor estava tentando diminuí-la ele disse algo sobre as críticas dela serem sempre descartadas. — digitou novas palavras na barra de busca, rolando o dedo pela tela lentamente, analisando atentamente  os links que apareciam na tela. — Eu não acho que nada disso seja dela. — esticou o aparelho de volta para Lucy, jogando-se novamente no sofá. — E se ela já tiver escrito algo sobre meus livros antes? — Lucy a encarou, o cenho franzido, a excessiva curiosidade de Lauren lhe chamando atenção.

     Um notebook, agora aberto no colo de Lauren, prendeu totalmente a atenção da escritora. Os dedos finos e ágeis digitavam rapidamente, Lucy sabia que não deveria incomoda-la agora. Sabia, mais do que ninguém, que quando Lauren precisava de calmaria, de uma válvula de escape, ela precisava desses momentos. Ela e seu notebook, apenas.

     A empresária, então, retirou-se da sala e sacou novamente seu celular de seu bolso, decidida a encontrar onde quer que a jovem jornalista publica suas matérias, Lauren não sossegaria e ela poderia fazer tudo para o bem estar mental de sua amiga.

     Ela encontraria a garota que compreende.

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