A.L

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Amores, eu sei que eu demorei, mas minha semana foi meio esquisita. Irei compensar vocês esse fim de semana, prometo.

Gostaria de dedicar esse cap para todos os leitores que me perturbam todos os dias no wpp ou que se dispõem a discutir comigo sobre os caminhos da ffanfic, vocês não fazem ideia do quanto é importante pra mim.

Enfim! Eu fiz um ask um dia desses pra me meter em uma conversa, se quiserem falar comigo por lá o ask é 'lylasexual' mesmo user do meu twitter. Enfim, chero e um queijo.

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     Saudade.

     Substantivo feminino. Sentimento nostálgico provocado pela distância de algo ou alguém, pela ausência de uma pessoa, coisa e local, ou ocasionado pela vontade de reviver experiências, situações ou momentos já passados.

     Saudade é um sentimento rico. Rico de tristezas, rico de lembranças, rico de amores, rico de dores. Em, inúmeras vezes, a saudade vem acompanhada de uma dor incomoda em seu peito, acompanhada de uma ardência familiar nos olhos e um nó em sua garganta. Inúmeras vezes, a saudade vem para te lembrar de como as coisas mudam, como as pessoas evoluem e como tudo passa. Tudo sempre passa.

     Mas não para ela. Para ela, a saudade sempre viera carregada se uma culpa sufocante, para ela, lembrar-se do seu passado nunca fora tão desgastante. Para nenhuma delas. Uma pela trágica infância, outra pela trágica perda.

     Se você pudesse desejar que a saudade em seu peito fosse unicamente feliz, triste ou dolorosa, o que você escolheria? Se você pudesse tirar do coração delas o que as lembranças traziam, você tiraria?

     A maioria de nós diria que sim. A maioria de nós moveria céus e terras para livra-las daquela dor. Mas não elas, não as garotas que precisam do seu passado para construírem seu futuro.

     Não elas.

     Dois dias haviam se passado desde o dia em que Camila deixou-se quebrar nos braços da escritora que estava compartilhando tantos momentos importantes com ela.

     Dois dias desde que Camila sentiu-se envergonhada, envergonhada ao ponto de precisar de um tempo para si. Envergonhada por se sentir exposta.

     Parece irônico, não? Alguém que consegue desvendar pessoas, conhecer seu íntimo através da forma como escreve sentir-se tão incomodada por ter sido exposta.

     Dois dias.

     — Você tem certeza? — os olhos verdes apertados pelas pálpebras acompanharam o longo suspiro que deixou os labios da escritora.

     — Sim. — a voz da jornalista era baixa, baixa o bastante para que só alguém bem perto de si pudesse escutar. — Eu preciso ficar sozinha... — completou. Os olhos baixos encaravam seus próprios pés, ela se sentia envergonhada.

     — Você pode me procurar se precisar. — a escritora ofereceu. — Sabe disso, não sabe? — seus dedos delicados acariciaram brevemente a mão direita da jornalista.

     — Obrigada. — ainda sem erguer seu rosto, Camila aproximou-se da escritora e a abraçou apertado.

     Os olhares se cruzaram por breves momentos ao se afastarem, sendo a deixa para que Camila virasse de costas e andasse em direção ao seu carro.

     — Camila! — chamou-a. A jornalista a encarou, enfiando as mãos nos bolsos do seu jeans. — Nós vamos continuar... Continuar com... Com... — suspirou xingando-se mentalmente por não conseguir formular uma pergunta adequada.

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