- Capítulo 22 -

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Mesmo estando proibido de participar das reuniões que tratavas da guerra, eu conseguia extrair informações por meio de Call. Havíamos perdido um província para o exercito Alemão, mas com a ajuda das novas tropas chino-russas ao nosso dispor, havíamos recuperados três das províncias nas mãos alemães.

O número de mortos apenas aumentava, o que me deixava cada dia mais frustrado. Gustavson e Evelyn haviam nos deixado a um bom tempo. Ele a enviara para a Rússia e ficara para lutar conosco. Quando meus irmãos se foram, ele ficou para auxiliar nossa mãe, que vinha todos os dias ver como eu estava.

Era realmente entediante ficar o dia todo sem fazer nada. Vez por outra eu dava uma volta com Otávio e Jack com a ajuda de muletas. Esse era o ponto alto do dia. Haviam caças sobrevoando a cidade afim de cuidar de nossa proteção aérea, tropas por toda a cidade e o medo constante de que algo ruim poderia acontecer a qualquer momento.

Recebíamos noticias durante todo o dia sobre o nosso avanço, nossas perdas e coisas do tipo. Cansado de nossa situação, procurei algo que eu pudesse fazer. Jack havia dito que sua mãe e Danitria estavam ajudando em um abrigo para crianças e foi lá que eu resolvi passar aquela tarde.

De inicio Aliena tentou me impedi, mas a medida que as crianças se animavam com minha presença, fui ganhando o direito de ficar por ali. Todos queriam saber o que tinha acontecido com minha perna e eu contei que me machuquei tentando salvar meus irmãos. Chamaram-me de herói e até mesmo amarraram uma pano verde no meu pescoço dizendo que era minha capa. Um dos meninos perguntou o que eu fazia como príncipe e eu expliquei que ajudava meus irmãos quando eles precisavam de ajuda e que eu tinha o título de As Guarras de Etama. Quando perguntaram o que isso significava, eu expliquei que era o responsável por lidar com os assuntos relacionados a guarda e segurança nacional.

- Você é um príncipe jaguar? - perguntou uma menininha com sardas.

- Algo assim. - respondi. Mas nem tive tempo de explicar melhor, já que Jack tomou a frente e explicou por si só.

- Ele ajudou a gente a consegui comida para as pessoas em Pontas Novas e também conseguiu o remédio pra ela. - disse ao apontar para Danitria. - Eles são namorados. Ele também levou um monte de tiro ajudando a gente a proteger o reino. Ele é um grande príncipe. Quero ser como ele quando for o príncipe de Etama.

Tenho que confessar que fiquei um pouco tocado com suas palavras. Era como se ele se orgulhasse de mim e isso era bom, principalmente vindo de uma criança.

- Mas você não é príncipe! - gritou um garoto.

- Sou sim! Meu pai é o rei Heitor e eu vou ser rei um dia. - Jack respondeu com o peito cheio de ar.

- Verdade? - uma outra criança perguntou e eu respondi que sim. Assim, Jack virou o alvo da atenção de todos.

Mesmo que os dias fossem tensos devido as contantes rondas militares e patrulhas aéreas, fazíamos tudo o possível para distrair as crianças. Como eu não podia me movimentar tão bem quanto eles, geralmente fazia o papel de juiz nas brincadeiras, o que era ótimo para mim, que sempre ficava com um olho nas crianças e outro no ar.

Em um dos dias tivemos que levar todos para o lado de dentro, devido a um possível ataque aéreo. Por sorte um dos jaguares encontrou uma ninhada de cachorrinhos e levou até nós para que os pequenos cuidassem deles. Ouvimos o som distante de disparos fora da cidade e eu me vi rezando para que eles não chegassem até nós. Por segurança dormimos no galpão. Enquanto mantinha minha irmã em meus braços, observei Jack com Otávio e Danitria que reconfortava outras duas crianças agarradas a ela. Durante a madrugada ouvi alguns sons estranhos, mas me garantiram que tudo estava bem.

Jogos da Ascensão II - As Garras de EtamaWhere stories live. Discover now