Capítulo 40

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Mal dormir essa noite,tô toda quebrada e com buceta ardendo até pra fazer xixi. Amo adoro!

A outra vai me levar para o trabalho,tô indo segurando na mão de Deus porque hoje eu tô o bagaço real.

Hacker: Bora Maria,tem meia hora que você tá enrolado nessa meia xícara de café. -olhei pra ela e dei o dedo do meio.

Me deixou duas casas antes,eu que pedi,posso perder meu emprego não.

Dona da casa: Tá namorando,Ingra? - eu gelei,caralho!

Ingra: Tô não. -sorri amarelo. Não tava mesmo né,não mentir não!

Dona da casa: Não precisa mentir. Traz o sortudo pra gente conhecer,você já faz parte da família. -deu um tapa leve no meu ombro eu sorri amarelo e levei o lixo pra fora.

Eu sei bem como eu era da família,ela nunca me deixou comer na mesa,nunca me mandou ficar em casa pra eu descansar mesmo com atestado médico,se eu falto ela desconta e fora as humilhações. Por isso eu digo direto a minha irmã,estude,estude porque a única coisa que te livra de humilhações é o estudo.

O dia passou arrastado e cansativo,eu não sei para que ela inventa de fazer comida se ela não sabe,só faz sujar mais panelas e atrasar meu trabalho.

Quando sai,Marcela já tava me esperando,sorri involuntariamente,aí aí mais fudida que buceta de amante.Entrei no carro,dei um selinho e relaxei o corpo no banco e ela continuava me olhando.

Ingra: Que foi garota? -bati de leve no ombro dela.

Hacker: Posso olhar mais não? -pronto,já se estressa.

Ingra: Pode,ué. -puxei ela pra outro selinho. - Minha bebezinha. -falei só pra irrita mesmo,ela odeia.

Hacker: Para com essas porra,Maria. -mordeu minha bochecha. -Vai que alguém escuta. -rimos e ela deu partida.

Cheguei em casa e minha vó tava no telefone e o meu vô tinha saído,nem pensei duas vezes e só  deixei minha bolsa lá e vim atrás do meu vô. Pedi pra Marcela fica com a minha vó e tentar engabelar ela.

Pra minha não surpresa ele tava na mesa de jogos,com a mesma turma e mesma zoada,meu estômago embrulhou e eu já fui me metendo no meio de outros idosos.

Ingra: Vamos pra casa,Vô. -olhei pra ele que tomou um susto, o meu nego de 1,90 de altura ficou branco como papel. -Agora!

Vô Samuel: Eu só vou terminar essa,já estou indo. -falava baixo,com um tom de voz indecifrável,não sei se era vergonha ou medo,receio talvez.

Ingra: Levanta,bora bora! -peguei ele pelo braço e levantei.

Fui no dono da mesa e graças a Deus ele só tinha jogado 50,primeira mesa,gastei o dinheiro que ia juntar pra prestação da máquina e dei a ele.Fiquei triste não,eu que faço dinheiro,já perdi meu pai por 150 reais,pra não perder meu vô eu dou tudo que tenho!

Viemos no silêncio,ele nem olhava pra mim e eu fazia o mesmo. Não sei o que leva ele a jogar,não sei mesmo,eu já tentei,comprei bingo pra ele e nada. Será que eu vou ter que deixar ele zerado? Não vou nem falar para meu tio Carlos,ele vai falar um monte no ouvido do meu vô e é bem capaz de não querer nem fazer o aniversário mais.

Cheguei em casa e botei ele no banho,fica morto de vergonha quanto eu dou banho nele,mas se não quer que eu veja tem que tomar jeito na vida! Dei banho e arrumei todinho,dei o remédio de pressão.

Ingra:Que comer alguma coisa?-botei a toalha na corda. -Quer dizer,vai comer o que?

Vô Samuel: Nada não,minha filha,nada não!-tava de cabeça baixa.

Ingra:Vou pedir alguma coisa,tô afim de comer besteira. 

Vô Samuel: Tá bom,qualquer coisa eu como. -se deitou e eu liguei a tv.

Deixei ele lá e fui pegar meu celular pra pedir comida,acabei pedindo massa mesmo,macarrão. O pedido chegou e eu chamei ele,desceu e se reuniu com a gente.

Ingra: Quinta-feira vou levar os dois pra comprar roupa. -os dois já negaram com a cabeça.-To pedindo não,tô avisando. -dei língua e entramos em outro assunto, Hacker começou a conversar com minha vó.- Tá bom Marcela,deixa minha vó!

Vó Doralice: Essa garota. -riu.- Pode falar Cela,pode falar. -Não gostei também do apelido,eu ein,vou expulsar da minha casa!

Hacker:Tem que aceitar que eles me amam. -riu de mim e eu revirei os olhos.

Acabei me pegando pensando no curso,hoje eu já não fui,minha vida tá uma desordem do caramba. Nunca que eu vou desistir do meu curso,luto todo dia pra isso e vou até o fim. Já mandei mensagem pra minha professora e ela super entendeu,me mandou os slides e retirou as faltas.

Terminando de comer e meus avós subiram,certeza que iam conversar sobre meu vô. Subi com Marcela para o quarto e entrei no banho,só foi a água cair e as lágrimas vinheram,eu não sei o que eu vou fazer se perder meu vô para o jogo. Já tinha se passado mais de quarenta minutos que a água caia e eu lá,sem forças nenhuma. Sinto os braços de Marcela me rodeando e ela beijando minha costas.

Hacker: Vamo,sai daí. -beijou minha costas. -A culpa não é sua,pilha não.Você já faz muito,ele tem que se ajudar também Maria. -eu neguei com a cabeça.-Vamo.

Depois de muita conversa,ela consegiu me tirar de lá e me vestiu,eu sentia tanta vontade de chorar que não conseguia olhar pra ela. Me virei de costas pra ela que se aninhou em mim e começou a mexer na minha orelha.

Hacker: A culpa não é sua pelo fato do seu pai,não fica pilhada nessa não. Numa noite juntas passamos em claro conversando sobre a vida. Contamos um pouco de cada,eu contei sobre o meu pai e algumas coisas pela convivência ela foi catando. Do jeito que é observadora é rápido.-Eu sinto orgulho da sua caminhada e de você. Você não pode cuidar de todo mundo não,por que quem cuida de você?Quem te abriga num momento assim? Você não pode esquecer de você.

Ingra: Você. - sorri fraco e me virei pra ela. Claro que eu estava rindo,tenho minhas irmãs,nunca nunca vou esquecer de nada que elas fizeram e faz por mim.

Hacker: Você tá certa. -beijou minha testa. -Vai dormir que amanhã eu não ser carinhosa assim não. -rimos e era verdade,carinho e essa garota não andam juntas.

Ela pegou no sono e eu fui fumar na janela. Já tinha ido a metade da carteira e nada da vontade passar,que ódio!

Ingra:Que foi? -Marcela atrás de mim.

Hacker:Te procurei na cama e você não tava. -passou o braço no meu pescoço. -Joga isso e vem deitar. -bufei e joguei,quando eu ia me deitar. - Vai escovar os dentes. -sorri amarelo e mandei dedo. Escovei e me aninhei mesmo,grudada com ela,como aqui não tem ar condicionado ela fica puta e eu não ligo.

Ingra: Sabe Marcela,se eu não tivesse tão cansada eu ia mamar no seu peito agora.

Hacker:Vai dormir que seu mal é sono.-bateu na minha testa.

PERDIÇÃO (Romance lésbico)Where stories live. Discover now