Cachoeira

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Camila POV

Eu fui "correndo" ao lado da papinha maisena enquanto ela andava nem tão rápido e nem tão devagar, a forma que ela me fez "correr" ao seu lado me cansava mais do que se eu estivesse correndo da forma normal. Acho que eu estava fazendo cooper para ficar com o cooper feito, comecei a rir sozinha de minha piada e ouvi um pigarro e parei de rir rapidamente e fiquei seria.

Será que ela me viu por muito tempo enquanto eu estava dançando e cantando? Acho que não né, do jeito que ela é deve já ter entrado falando com essa voz rouca dela pra me assustar. Eu só estava fazendo meu show para meus fãs imaginários, eu fazia isso sempre lá em casa quando acordo pela manhã, não posso decepcionar meus fãs.

— Podemos ir agora - ela fala assim que chegamos onde o restante do pessoal estava e eu me juntei a eles - formem duas filas e espaçamento de um braço de distância um do outro - ela dizia e eu ficava olhando para os lados admirando onde estávamos - não saiam de perto dos seus companheiros ao lado, a floresta é segura até certo ponto, não se percam.

Ela passa ao meu lado e então começa a formar duas filas e a loira alta fica ao meu lado e então começamos a marchar, eu já estava suada por conta do cooper e então agora eu tenho certeza que devo ter duas poças embaixo do meu braço, levanto um dos braços enquanto estávamos andando e vejo que está molhado.

— Psiu - chamo a loira e ela me olha de canto de olho e eu ergo o braço - olha só, pizza - falo rindo e ela comprime os lábios para não rir também - de que sabor você vai querer?

— Eu quero do sabor cale a boca - ouço a voz rouca da queijo coalho e baixo meus braços rapidamente e olho em sua direção, ela estava me olhando de uma forma que eu tenho certeza que se ela pudesse soltar raio laser dos olhos eu já estaria tostadinha - se eu ouvir sua voz mais uma vez soldado Cabello eu juro que amarro minha meia na sua boca.

Eu faço uma careta e franzo o cenho levando minha mão até a frente do meu rosto e abanando quando ela da as costas e vejo a loira rapar a boca para não rir. Fiquei olhando para cima e para os lados, a floresta é bonita, muito bonita por sinal. Eu posso começar a imaginar um mundo paralelo aqui igual as crianças de ponte para terabítia.

— Estamos chegando na cachoeira - o soldado que estava ao lado de Jauregui falou - só mais alguns minutos.

Inclinei minha cabeça para direita e olhei lá na frente e vi ela caminhando toda prepotente e sem olhar pros lados, ela apenas olhava pra frente e com o queixo erguido. Me ajeitei e respirei fundo sentindo minhas canetinhas já doendo, fiz um bico e cocei meus olhos com as costas de minha mão. Alguns minutos depois ouvi o homem falar que já havíamos chegado.

— Meu Deus que lindo - falei sorridente e dando pulinhos enquanto batia palma, parei assim que sentir um cutucado na lateral do meu corpo - o quê? - olhei a loira e ela fez sinal com a cabeça e eu olhei na direção e vi Jauregui me olhar seria com os braços cruzados.

— Não estamos aqui para se divertir - ela disse ríspida sem olhar em minha direção, ela falava para todo mundo e especialmente para minha pessoa eu sei, semicerro os olhos - tem duas trilhas de pedra bem ali - ela aponta uma pedras dentro do rio - quero que vocês passem correndo para o outro lado e então voltem, não é correndo em desespero e sim da forma que vocês correm lá no acampamento.

— Sim primeiro sargento Jauregui - todos respondemos em voz alta e nos colocamos no lugar que ela indicou.

— Assim que eu falar vocês podem começar, vai de um em um - ela nos olhava atentamente e chamou o homem ao seu lado - faça uma demonstração - ele fica perto das pedras e passa correndo e pulando de uma a outra até o outro lado e então ele volta - é isso que vocês tem que fazer, quero que cada um faça pelo menos duas vezes.

Tinha umas seis pessoas na minha frente, fui andando de acordo que as pessoas iam e voltavam duas vezes e iam pro fim da fila, logo chegou minha vez e eu respirei fundo, olhei pro lado e vi Jauregui cruzar os braços e erguer as duas sobrancelhas como se esperasse que eu iria fazer algo de errado, coloquei uma carranca em meu rosto e me concentrei olhando para as pedras.

Dei o primeiro pulo e em seguida o segundo e então eu abri um sorriso, parecia que eu tava pulando amarelinha, quando estava no oitavo pulo e faltava umas cinco pedras a minha frente eu fiz o que todo mundo já esperava ( inclusive você que está lendo ) eu escorrei e cai igual um saco de batatas dentro do rio fazendo algo espirrar para todo o lado, bati meus braços diversas vezes e comecei a gritar.

— EU NÃO SEI NADAR EU NÃO SEI - entrei em pânico - ME AJUDA AAAAAAAAAAAAAA

— Cabello se levante - Jauregui falou num tom bastante alto e então eu me levantei e a água estava batendo em minha cintura e então eu dei um sorriso amarelo - saia da água agora e repita o processo.

Voltei andando com cuidado por dentro do rio e posso dizer que eu caí mais umas quatro vezes ou mais até conseguir ir e voltar duas vezes, na última queda ninguém se aguentou e caiu na risada rindo de mim, menos a rocha inabalável, ela continuava intacta me olhando fixamente.

Ela nos mandou fazer mais alguma coisa só que eu não estava prestando atenção, eu vi alguma coisa se mexer em um arbusto um pouco distante e fui me aproximando e me distanciando de onde o pessoal estava, a coisa se mexeu e foi para outro arbusto e eu fui seguindo. Andei bastante e nem sei dizer por quanto tempo, até que no último arbusto a coisa resolveu se mostrar e eu arregalei os olhos e ergui os braços e em seguida apertei minhas bochechas com as mãos em punho.

— Você é um coelhinho muito lindo sabia? Olha esse rabinho, me deixa fazer um chaveiro? Dizem que dá sorte - o coelho branco me olhava com uma orelha em pé e a outra caída - ou será que é o pé?

Ele começou a pular pra longe e eu corri atrás dele e então o perdi e fiz um beicinho.

— Poxa ele foi embora - me virei para trás e dei de cara com várias e várias árvores e vários matos e vários arbustos e nada de um pé de pessoa ali na minha frente - será que eu andei tanto e me afastei tanto dos outros? - voltei pelo caminho que vim ou acho que estava voltando e então me encostei em uma árvore e passei a mão na minha nuca - eu acho, só acho que eu me perdi e eu estou fodida e aquela farinha de mandioca vai comer meu cu sem piedade alguma....

Eu estava completamente, totalmente e todos os mentes que você imaginar de fodida e era um fodida num nível que nem eu conseguiria imaginar.


Alguém manda essa menina de volta pra casa por favor, capaz dela ver uma cobra e querer acariciar, alguém avisa que as cobra só atende a Karila

Confusão Militar Where stories live. Discover now