Babador

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Camila POV

Já faziam três dias desde que Lauren veio até a minha casa e falou com meu pai, hoje ela me mandou uma mensagem perguntando se eu aceitaria sair com ela a noite, eu logo aceitei, não vou recusar comer fora, vai que ela me leve a algum rodízio? Eu que não sou besta de perder essa oportunidade, o dono do restaurante vai querer é me expulsar do estabelecimento.

— PAPAAAAAI - gritei descendo a escada e segurando firme o corrimão, ontem eu escorreguei e me resultou em minha bunda dolorida.

— NO QUINTAAAL - ele gritou de volta e eu fui até a porta do quintal e encontrei ele pintando a cerca de madeira, ele queria pintar de branco, mas Denise e eu não queríamos branco, então ele está apenas passando verniz.

— Falei que assim ficaria mais bonito do que pintando - deixei minhas duas mãos na cintura e analisei a cerca.

— Não vou admitir isso na frente da Denise, mas eu concordo com vocês - ele disse enquanto passava o pincel na madeira da cerca.

— Ainda bem que eu estou bem aqui e ouvi isso pimentão - Denise surgiu na porta do quintal com um copo de suco em mãos.

— Me ferrei - meu pai falou baixinho e rindo, eu olhei em direção a ela, a mesma vinha em nossa direção - mulher o que ainda faz aqui?

— Ainda tem desse suco? - perguntei vendo ela entregar o copo ao meu pai, o suco estava tão gelado que o copo estava suado - é de abacaxi com hortelã?

— Sim meu anjo - ela sorriu - ainda tem na geladeira...

— Antes de ir tomar todo o suco - falei olhando em direção ao meu pai e Denise começou a rir, ela sabia que sempre que fazia suco e todos já haviam tomado eu ia lá e tomava todo o resto, o que posso fazer? Ela faz suco bom - eu só queria avisar que daqui a pouco eu vou sair com a Lauren.

— Ela chamou você? - meu pai perguntou assim que tirou o copo da boca.

— Mandou uma mensagem mais cedo - dei de ombros e olhei na mão do meu pai, ele segurava o pincel que estava pingando verniz bem em cima do sapato dele - papai o senhor é muito relaxado.

Ele olhou na mesma direção que eu estava olhando e viu que estava se sujando, ele deixou o pincel em cima de um papelão e eu sai do quintal ouvindo Denise reclamar que só ia sobrar pra ela limpar aquele sapato, ouvi também meu pai se desculpando e dizendo que ela não se preocupasse que ele mesmo lavaria.

Só eu sei o quão feliz eu estou pelo relacionamento do meu pai, Denise de fato é perfeita para o meu pai, desde que voltei do acampamento eu não vi eles brigando uma vez se quer, ela sempre tenta entender o lado dele em alguma coisa e ele da mesma forma, sempre que ela quer fazer alguma coisa que seja de suma importância, ela chama ele e pergunta a opinião dele, da mesma forma ele faz com ela, essa é minha meta.

A hora que Lauren falou que viria me pegar já está quase chegando e eu estou parada em frente a minha cama vestindo uma calcinha e sutiã na cor roxa, estou decidindo se visto calça ou vestido, Denise passou aqui mais cedo e falou para eu vesti o vestido, dei de ombros e decidi que não iria nem com um e nem com outro, peguei uma saia um pouco justa na cor preta que ficava no meio das minhas coxas, uma blusa folgada de mangas compridas na cor preta também e que tinha um desenho de uma mulher na frente, vesti a roupa e puxei as mangas da blusa até meus cotovelos e coloquei a mesma por dentro da saia, puxando um pouco pra cima pra ficar "soltinha", calcei meu coturno de salto médio e pronto, não passei maquiagem nenhuma, só ajeitei meu cabelo, eu sou linda natural.

— Que cheiro bom - ouvi a voz de Denise assim que coloquei os pés na sala - seu pai não deveria chamar você de pimenta e sim de florzinha - fiz uma careta e ela sorriu - você sempre está cheirosa Mila, assim como uma flor, entendeu?

— Agora entendo como você conquistou o meu pai Denise - ela começou a rir - vocês dois tem um jeito de elogiar meio esquisito.

— Ei - meu pai falou do sofá - eu sou um galanteador de primeira linha - Denise deu um tapa no ombro do meu pai assim que sentou ao lado dele - tô mentindo?

— Alejandro - ela olhou pro meu pai - você chegou pra mim no supermercado perguntando se eu gostava de pimenta - eu já queria rir - eu falei que sim e você falou "prazer, senhor pimenta" - eu não aguentei e comecei a rir junto com Denise e meu pai fez uma cara emburrada.

— Longe de mim fazer esses tipos de cantada papai - ele olhou na minha direção e ergueu as duas sobrancelhas.

— Eu aprendi essas cantadas meia boca com você pimentinha - eu abri a boca querendo rebater mas a campainha da casa tocou e eu semicerrei os olhos - nem vem falar "salvo pelo gongo" você sabe que eu falei a verdade.

Revirei os olhos e fui na direção da porta, assim que abri eu quase caí pra trás, Lauren estava com uma calça jeans preta coladissima em suas pernas, um coturno de salto maior que o meu, uma blusa com um pequeno decote bem colada ao seu corpo por dentro da calça e também na cor preta, seus cabelos estavam soltos e meio bagunçado para um lado, ela estava com uma maquiagem leve mas que deixava seu olhar mais intimidador do que já era.

— Misericórdia - falei olha do ela dos pés a cabeça, a mesma estava com um vinco na testa me olhando.

— Eita Alejandro - ouvi a voz de Denise mas não tirei o olho de Lauren - vou ali pegar o rodo e o pano, tem que passar ali pois tá cheio de baba da Camila.

— Denise - falei entredentes e meu pai começou a rir - pai, não tem graça.

— Tem sim - ele continuava rindo e com a mão na barriga - Denise, pega aquele babador que tem lá na minha cômoda de quando a Camila era pequena, ela vai precisa - eu olhei na direção de Lauren e ela estava com um sorriso no rosto - trás água pra Lauren também, a Camila secou a mulher.

— PAPAI - eu gritei e agora todos estavam rindo da minha cara - eu não mereço isso, e você - apontei na direção de Lauren e a mesma ainda ria - se continuar rindo eu não vou mais com você.

— Tudo bem - ela ergueu as duas mãos e ainda rindo fez sinal com a cabeça para que eu saísse para fora - boa noite Alejandro, Denise - ela estendeu uma das mãos em comprimento e meu pai retribuiu assim como Denise.

— Onde você vai me levar? - perguntei já entrando no carro dela enquanto ela fazia o mesmo.

— Você vai ver quando chegarmos - ela falou apenas isso e eu semicerrei meus olhos.

O caminho foi mais rápido do que eu imaginei, ela falou algumas coisas sobre o trabalho dela e também me falou que Dinah mandou um beijo e que logo logo estaria batendo na minha porta, eu estou ansiosa por isso. Quando chegamos ao nosso destino eu fiquei de cara no chão, ela me levou em um restaurante desses chique, ou seja, não seria rodízio e eu iria comer comida de pinto.

•••

Confusão Militar Where stories live. Discover now