Eu vou cuidar

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Lauren POV

Sentei a mesa juntamente com o pai de Camila e sua madrastra, logo ela também se juntou a mesa, uma música gostava de ouvir tocava baixinho ali na sala, o que deixava o ambiente bem agradável.

— Desculpa termos que comer comida de restaurante - Denise falou - quando Camila nos avisou já era tarde e não estávamos em casa...

— Não tem problema - falei rapidamente assim que tirei a garrafa de cerveja da boca - o cheiro está bom, creio que o gosto também deva está uma delícia...

Camila não falava nada, ela estava com o fundo da garrafa de cerveja em seu olho, eu quis rir, ela me sai com cada uma, acho que como a garrafa está gelada, deve ajudar no olho dela que ela machucou, ela deu um gole na cerveja e voltou a colocar a garrafa no olho.

— Camila disse que você queria falar comigo Lauren - Alejandro falou levantou uma pouco de comida a boca.

— Sim - retirei as mãos da mesa quando Denise começou a me servir - mas não aqui e nem muito menos agora - falei e ele me olhou erguendo as duas sobrancelhas - depois do jantar eu quero falar com o senhor em particular...

— Tudo bem, mas - ele tomou um gole de sua cerveja - não me chame de senhor, me sinto um homem de 95 anos de idade - ele disse rindo.

Eu concordei e então todos começamos a comer, Camila estava no mundo particular dela, ela estava segurando uma coxa de frango empanada na mão, a lateral da sua boca estava suja e ela nem parecia ligar, ela balançava a cabeça no ritmo da música que saia em um aparelho de som antigo na sala, ela estava fofa, pra mim ela está, eu não acredito que eu real estou gostando dela, ela é simplesmente tudo que eu tenho raiva em qualquer pessoa, eu não sei o que ela fez comigo.

Comemos em silêncio, ouvindo apenas os barulhos dos talheres nos pratos e a música de fundo, as vezes Camila cantarolava, mas ela parava assim que seu pai a olhava sério, mas ela parecia esquecer que foi repreendida é pouco depois estava cantarolando de novo, quando terminamos, Camila ajudou Denise a tirar a mesa e Alejandro me chamou pra ir até os fundos da casa.

— Agora é o momento e hora exata para conversarmos? - ele perguntou assim que chegamos na parte de trás da casa - eu estou curioso para saber o que você tem a falar comigo...

— É sobre Camila - falei firme, ele deixou a garrafa de cerveja de lado e me encarou, eu deixei a minha garrafa de lado também - não sei se ela falou alguma coisa sobre quando ela estava fazendo o treinamento...

— Não muito - ele deu de ombros - ela só falou que conheceu uma pessoa legal lá, chamada Dinah - eu mordi o lábio superior - e que a pessoa que estava encarregada de treiná-la era bem rígida... - eu respirei fundo - mas que era só uma casca...

— Ela falou isso? - ele concordou - olha, desde que ela entrou lá e ficou fazendo as trapalhadas dela lá dentro, eu meio que gostei dela ou do jeito dela - cocei minha testa - esse tempo todo eu estou acostumada a treinar muitas pessoas, teve vários que se deram mal no começo, mas que conseguiram no fim - ele concordou com a cabeça - mas ninguém como ela - apontei com o dedo indicador para porta e ele sorriu negando com a cabeça.

— Ela sempre foi assim, desde pequena - ele tinha um brilho nostálgico nos olhos, como se lembrasse de algo - sempre atrapalhada, sempre medrosa, eu fiquei surpreso e com medo quando ela veio com essa história de alistamento - ele arregalou os olhos - foi a primeira coisa que ela me disse de manhã, foi o meu "bom dia" - ele fez aspas com os dedos e eu sorri - ela ainda aguentou foi muito...

— Também acho que aguentou - falei me lembrando as coisas que Camila fez - ela não me obedecia, eu falava pra todo mundo fazer uma coisa, mas ela ia lá e fazia outra totalmente diferente - ele começou a rir - eu falava pra não fazer e ela ia lá e fazia...

— Essa é minha pimentinha - ele disse rindo e eu achei engraçado o apelido - me surpreendi quando você apareceu aqui naquela manhã, não imaginei que apareceria de novo, ela mesma dizia que achava que nunca mais te veria.

— Eu acho que não conseguiria - dei de ombros e ele me olhou atento - quando ela teve que vir embora, eu meio que senti saudade - fiz uma pequena careta, era estranho pra mim falar de sentimentos - era como se estivesse faltando algo, eu achei que fosse só nos primeiros dias, mas não foi, a cada dia só aumentava, eu tinha que vir até ela - troquei o peso das pernas e suspirei - quando cheguei aqui e vi ela, eu soube que eu tinha feito a escolha certa, em ter vindo...

— Então a conversa que você quer ter comigo é pra saber se eu deixo você namora ela? - ele foi direto e eu ergui minhas duas sobrancelhas - se for isso eu concedo a benção - ele pegou a cerveja de volta - mas se você apenas quiser ficar com ela e depois sumir - ele bebeu um gole da cerveja - peço que saia da minha casa agora.

— Alejandro - ele me olhava sério, e se eu não fosse acostumada a ter que enfrentar homens com raiva ele me colocaria medo sem muito esforço - eu não sou esse tipo de mulher, a segunda coisa que você falou, pode descartar de imediato - falei negando com a cabeça - a primeira opção, essa sim é bem minha cara...

— Então você tem minha benção - ele sorriu largo - agora você tem que fazer a pergunta a ela e saber se ela vai aceitar - ele se afastou de mim e deu outro gole na cerveja, antes de entrar novamente ele se virou e me olhou seriamente - você sabe onde está entrando, não sabe? - ele fiz que sim com a cabeça - Camila é minha única filha, eu amo o jeito dela e espero que ela não mude, e nem quero que ninguém gente mudá-la...

— Eu gosto dela do jeito que ela é - falei o interrompendo - eu não quero que ela mude nada, talvez se ela não fosse assim - eu passei a mão na nuca - ela nem teria chamado minha atenção, na verdade ela não faz nada o meu tipo sabe, ou eu achava que não fazia - ele sorriu - mas eu gosto dela assim, e eu espero muito que ela continue dessa forma.

— Isso é bom - ele estava feliz - aquela garota é a razão dos meus melhores sorriso, mesmo quando eu estou passando por problemas enormes, basta apenas ela falar algo ou sorri pra mim que tudo some - ele falava com muito amor dela - os problemas vão embora e eu consigo força pra enfrentar qualquer coisa, ela é o que eu tenho de melhor nessa vida...

— Eu vou cuidar dela - ele concordou com a cabeça - obrigada pela confiança...

Ele gesticulou com a cabeça me chamando pra entrar, tudo que ele falou fazia total sentido, mesmo sem perceber, quando eu estava com problemas lá no acampamento e mesmo ela não estando lá, quando eu estava de cabeça quente e precisava resolver algo, eu lembrava dela e do seu sorriso, era como se os problemas sumissem, eu fiz a coisa certa em vir até ela.

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Confusão Militar Onde as histórias ganham vida. Descobre agora