CAPÍTULO I

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Eu tinha noventa e nove por cento de certeza de que estava sonhando... O motivo para minha certeza era que, primeiro, Edward estava de pé, imóvel como uma estátua, a apenas alguns metros da entrada de algum beco que eu não reconhecia. Seus olhos estavam fechados, as olheiras de um roxo-escuro, os braços relaxados ao lado do corpo, a palma das mãos voltada para a frente. Sua expressão estava muito tranquila, como se estivesse tendo sonhos agradáveis. A pele marmórea de seu peito estava à mostra - havia um pequeno monte de tecido branco a seus pés.

A luz refletida pelo calçamento da praça brilhava fraca em sua pele.

O relógio bateu e ele deu um longo passo para a luz.

- Não! - gritei. - Edward, olhe para mim!

Ele não ouvia. Sorria de modo muito sutil.

Levantou o pé para dar o passo que o colocaria diretamente sob o sol e revelaria para aquela imensa multidão quem ele era.

Acordei assustada - minhas pálpebras se arregalando - e arfante. A luz cinzenta e embaçada, a familiar luz de uma manhã nublada, tomou o lugar do sol ofuscante de meu sonho.

Um sonho, disse a mim mesma. Foi só um sonho. Respirei fundo e pulei novamente quando meu despertador tocou. O pequeno calendário no canto do mostrador do relógio me informou que era dia 13 de setembro.

Era o dia do meu aniversário. Eu tinha oficialmente 18 anos.

Eu não sabia exatamente como reagir a essa data, por um lado eu estava feliz... tinha sobrevivido a um ataque de vampiro, as pessoas que eu amo estavam seguras, mas algo estava errado. Meu sexto sentido dizia que algo ruim estava prestes a acontecer, e eu não sabia o que esperar.

Enquanto escovava os dentes me peguei pensando no sonho que tive, agora ele não passava de um borrão e flashes desconexos.

Foi só um sonho, lembrei a mim mesma de novo. Só um sonho...

Não tomei o café da manhã, com pressa para sair de casa o mais rápido possível. Mas não pude evitar o papai, ele parecia tão animado e eu não queria decepcioná-lo.

Eu sorri da maneira mais animada possível e agradeci a ele pelos presentes.

Tentei me animar de verdade enquanto dirigia para a escola, e agradeci aos céus pela Isa ter ido passar essa semana toda na reserva - porque se ela tivesse me visto essa manhã, teria percebido todo o nervosismo que eu estava passando.

Parei no estacionamento conhecido atrás da Forks High School e vi Edward curvado e imóvel sobre seu Volvo prata polido, ele esperava ali por mim, exatamente como nos outros dias.

O nervosismo desapareceu por um momento.

Mesmo depois de meio ano com ele, eu ainda não acreditava que estávamos juntos.

Sua irmã, Alice, estava ao seu lado, também esperando por mim.

É claro que Edward e Alice não eram de fato parentes (em Forks, corria a história de que todos os irmãos Cullen tinham sido adotados pelo Dr. Carlisle Cullen e sua esposa, Esme, os dois indiscutivelmente novos demais para ter filhos adolescentes), mas sua pele tinha exatamente a mesma palidez, os olhos tinham o mesmo tom dourado, com as mesmas olheiras fundas, como hematomas. O rosto de Alice, como o dele, era de uma beleza incrível. Para alguém que sabia - alguém como eu -, essas semelhanças representavam a marca do que eles eram.

Bati a porta de minha picape Chevy 53 - uma chuva de ferrugem caiu do teto molhado - e andei devagar na direção deles. Alice pulou à frente para me receber, a cara de fada reluzente sob o cabelo preto e desfiado.

crescent moon - Lua Nova Where stories live. Discover now